Os sindicatos franceses se mantiveram firmes nesta quarta-feira em relação à convocação de uma greve marcada para o dia 10 de março. Eles ignoraram a possibilidade de a decisão ameaçar a candidatura de Paris à sede dos Jogos Olímpicos de 2012.

Nesta quarta-feira, o ministro dos Transportes, Gilles de Robien, solicitou aos sindicatos que atuem como "cidadãos", e o ministro das Finanças, Hervé Gaymard, assinalou que "a razão vencerá" para que o COI visite uma cidade "que não esteja bloqueada" por manifestações.

O movimento grevista coincide com a visita à Paris da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que verificará entre 9 e 13 de março as condições da cidade para organizar as Olimpíadas de 2012. A cidade francesa concorre com Londres, Madri, Moscou e Nova York.

Três das quatro Confederações Trabalhistas (CGT, FO e CFTC) convocaram os trabalhadores dos setores público e privado para protestar contra o projeto de lei que acaba com a jornada semanal de 35 horas e pela deterioração do poder aquisitivo, reiterando sua intenção de fazer em 10 de março uma jornada de protestos.

Para a CFDT, a idéia proposta "de mudar o dia" lançada na terça-feira por seu secretário-geral, François Chérèque, foi rejeitada pelos sindicatos. "A CGT e a FO se colocaram rapidamente de acordo para dizer que não vão mudar a data", revelou nesta quarta-feira René Valladon, da FO. "A polícia e as organizações sindicais encontrarão um acordo sem probelma sobre o percurso da manifestação parisiense, que não afetará o COI", assegurou.

Por sua vez, a CGT também manteve sua convocação para a "jornada nacional de ação, decidida depois de várias semanas de discussões com numerosos setores profissionais".

A CFTC "não questiona sua participação na jornada", afirmou seu presidente, Jacques Voisin, à AFP. No entanto, disse que não quer assumir "nenhum risco" sobre a candidatura de Paris e por isso não convocava à manifestação pelas ruas parisienses. Voisin propõe paralisações de duas horas nas empresas.