No sábado, Ricardo teria saído da oficina onde trabalhava por volta das 22h e ido para a casa de Delzuita para passar a noite com a namorada. Provavelmente para ficar à vontade com o namorado, por volta das 12h, a dona de casa deixou seus dois filhos na casa da mãe de seu ex-marido e pai das duas crianças. À noite, Delzuita ainda teria estado na casa dos pais de Ricardo, antes de se encontrar com ele.

Por volta da 1h deste domingo, alguns vizinhos disseram ter ouvido os tiros, mas não chamaram a polícia; eles só foram encontrados às 11h por uma mulher que passava pela rua e viu o corpo de Ricardo no corredor de entrada da casa. Ele levou um tiro na cabeça. Delzuita foi morta na sala da casa com dois tiros no peito. O funileiro vestia o uniforme com que trabalhou na noite de sábado.

Na porta do quarto havia sinais de arrombamento e uma janela quebrada. Outros projéteis foram encontrados no corredor. Nenhum dos vizinhos disse ter visto alguém suspeito na madrugada deste domingo. Também não sabiam se a dona de casa ou o funileiro tinham alguma desavença que pudesse ter motivado o crime.

O irmão do funileiro, Eduardo Barrela, 28 anos, foi um dos primeiros a chegar ao local do crime e desconfiava do ex-marido de Delzuita. A dona de casa foi casada por dez anos com outro homem com quem teve os dois filhos, mas estava separada há cinco anos. “Meu irmão não tinha inimigos e era trabalhador, então não imagino que alguém pudesse matá-lo por vingança. Acho estranho ela ter deixado os filhos com a mãe do ex-marido, pode ser que ele tivesse ciúme do namoro do meu irmão com ela”, disse Eduardo.

O eletrotécnico Ailton de Jesus Lopes, 26 anos, irmão de Delzuita, disse não acreditar que o ex-marido possa ter matado os dois. “Não imagino o que possa ter motivado esse assassinato. Ela se separou porque não deu certo, mas eles tinham uma convivência boa.”

Apesar de uma multidão de curiosos ter se formado em frente à casa de número 6 da rua Lírio do Vale, ninguém tinha qualquer detalhe que ajudasse na investigação dos assassinatos. Os policiais presentes no local do crime não encontraram indícios de que possa ter havido latrocínio (roubo seguido de morte), já que nenhum objeto foi roubado. Até o final da tarde deste domigno, não havia suspeitos sobre o crime.