Apesar de os entrevistados serem de cidades diferentes e faixas etárias diversas, a imagem de um Grande ABC com ares de interior – sem o trânsito caótico e os episódios de violência – foi uma unanimidade. Brincadeiras de rua, jogos, passeios, e uma sensação de que todos se conheciam, foram as lembranças mais evocadas.
Foram ouvidos os prefeitos Celso Daniel, de Santo André, Maria Inês Soares, de Ribeirão Pires, e Ramon Velasquez, de Rio Grande da Serra; o artista plástico Renato Brancatelli, de São Caetano; o cantor lírico Paulo Szot, de Ribeirão Pires; o ex-técnico de vôlei José Carlos Brunoro e o médico angiologista Osvaldo Cilurzo, de Santo André.
O prefeito Celso Daniel, 50 anos, contou que as opções de lazer na época de sua infância, passada na rua 1º de Maio, no Centro andreense, eram variadas e simples. “A nossa casa era grande, com um quintal que permitia jogos de futebol e outras brincadeiras com as crianças da vizinhança”, disse.
O clima alegre e tranqüilo da infância marcou o prefeito de Rio Grande da Serra, Ramón Velasquez, 37 anos. Velasquez nasceu em São Paulo, viveu quatro anos em Corumbá, Mato Grosso do Sul, e foi morar na cidade com 7 anos. “Não se ouvia falar de drogas ou de violência. Meus pais nunca se preocupavam em me levar à escola ou com o fato das crianças brincarem sozinhas pelas represas e campos”, disse.
O prefeito morou na Vila Conde e, depois, na Vila Siciliano. “Uma das coisas que me lembro bem é o bondinho que tomávamos para ir à escola, no bairro Pedreira. Outro passatempo comum era escalar a Pedreira depois da escola e jogar futebol.”
Os grandes espaços e os terrenos vazios, onde podia-se brincar à vontade, também são as lembranças mais fortes de José Carlos Brunoro, 51 anos. Ex-técnico do time de vôlei da Pirelli e da Seleção Brasileira, Brunoro nasceu em Santo André e disse que sua infância foi privilegiada. “Participei de todas as brincadeiras de rua, como empinar pipa, jogar peão e bola de gude. Sinto falta de tudo que vivi naquela época.”
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