As micro e pequenas empresas do Grande ABC registraram, em média, queda de 0,9% no faturamento neste ano até agosto frente a igual período de 2010, de acordo com a pesquisa Indicadores do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Indústrias. Esse desempenho fica bem aquém do observado na média estadual, em que houve crescimento de 4,4%.

Segundo o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, o resultado negativo das pequenas nos sete municípios se deve à forte base industrial da região, que sofreu mais que os outros setores (do comércio e serviços) com a valorização cambial – que gerou invasão de produtos importados no mercado – e também com o aumento dos juros básicos, pelo Banco Central, ao longo do primeiro semestre – que encareceu o crédito para as empresas.

A indústria, em todo o Estado, contabilizou retração (de -1,8%), enquanto os estabelecimentos da área comercial observaram alta de 4,2% no faturamento e os de serviços, expansão de 9,5%.

E enquanto as pequenas do Grande ABC tiveram queda nas vendas no acumulado dos oito primeiros meses do ano, toda a região metropolitana de São Paulo teve incremento de 4,3%. O consultor do Sebrae-SP assinala que isso se deve à forte presença de atividades de serviços na Capital, onde houve expansão significativa (6,6%) no período.

PERSPECTIVA - Gonçalves projeta que, até o fim do ano, a tendência é que o comportamento do faturamento das micro e pequenas do Grande ABC fique mais próximo da média estadual. Para ele, deverá haver crescimento mais modesto do que os 4,4% do Estado, por causa da desaceleração da economia.

No início do ano que vem, pode haver um crescimento um pouco mais rápido das vendas, por causa das reduções da taxa básica de juros, adotada pelo BC a partir de agosto deste de ano.