Índice registra município com bons níveis de riqueza, mas longevidade e escolaridade insatisfatórias
O Índice Paulista de Responsabilidade Social, elaborado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e divulgado em parceria com a Assembleia Legislativa, aponta que Diadema é a cidade mais desigual do Grande ABC, com números que representam bons níveis de riqueza, mas indicadores de longevidade e escolaridade considerados insatisfatórios. Mesmo elencado na condição de industrial, o município integra quadro com outros da Região Metropolitana de São Paulo, como a própria Capital, Guarulhos, Barueri e Cotia – as duas últimas da lista, inclusive, abrigam condomínios de alto padrão.
Diadema está contabilizada entre as desiguais ao lado de 75 cidades no total. Esta é a décima edição do estudo, cujo objetivo é mensurar o desenvolvimento humano dos 645 municípios paulistas, a partir de características referentes a renda, longevidade e escolaridade. O levantamento se refere a dados de 2018, registrando níveis de classificação, divididos em cinco grupos: dinâmicos, desiguais, equitativos, em transição e vulneráveis. Os componentes foram padronizados na escala de 0 a 100. A maioria das cidades do Grande ABC (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires) ficou enquadrada no campo de dinâmicos. O foco passa por orientar gestores públicos no aporte em áreas de maior demanda.
Cidade com maior densidade demográfica do Estado devido ao crescimento desordenado ao longo das últimas décadas, Diadema apresentou índice de 56 em escolaridade – com índice de 4,7% de analfabetos –, 66 de longevidade e 42 de riqueza. A taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos), por sua vez, é de 13, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) per capita aparece, em média, da ordem de R$ 35.963 ao ano. O rendimento do trabalho formal per capita gira em torno de R$ 1.226.
Entre os dinâmicos – índice elevado de riqueza e bons níveis de indicadores sociais –, o rol também engloba Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Sorocaba. Ao todo, são 112 municípios, que concentram 34% da população de São Paulo. São Caetano, por exemplo, possui percentual de 82 de escolaridade, 77 de longevidade e 53 de riqueza. Santo André tem 58 de escolaridade, 75 de longevidade e 45 de riqueza. Já São Bernardo registra 60 de escolaridade, 76 de longevidade e 47 de riqueza. Os indicadores dos três municípios da região são superiores à media do Estado (53, 72 e 44, na mesma sequência).
Rio Grande da Serra é a única da região que ficou no bloco de equitativos – baixo nível de riqueza, porém bons indicadores sociais –, junto com 217 municípios. Cerca de 52% destas cidades têm até 10 mil habitantes e apenas seis possuem mais de 100 mil, incluindo Assis, Franca, Ourinhos e Pindamonhangaba. Entre os vulneráveis, Franco da Rocha, Francisco Morato e São Vicente. São 61 no total, considerados mais desfavorecidos do Estado, tanto em riqueza quanto nos indicadores sociais (representam aproximadamente 2 milhões de pessoas, ou 5% da quantidade de moradores).
Durante o discurso, o presidente da Assembleia, Cauê Macris (PSDB), pontuou que, além do debate de projetos de lei, é necessário pensar no futuro, incluindo o aspecto do planejamento. O tucano destacou também a melhoria dos índices em relação a levantamentos anteriores, como a diminuição do número de municípios vulneráveis de 77 para 61, além da elevação dos grupo de dinâmicos e equitativos, bem como relativa estabilidade entre os municípios em transição – baixo nível de riqueza e indicadores intermediários.
A Prefeitura de Diadema não se manifestou sobre o caso.
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