Economia Titulo Geração de riquezas
PIB da região segue como o quarto do País

Aos R$118,6 bi, valor volta ao patamar pré-crise, em 2013; porém, ao aplicar inflação, há perda de 22%

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/12/2019 | 07:29
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Claudinei Plaza/DGABC
Claudinei Plaza/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

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O PIB (Produto Interno Bruto) da região, que representa a soma de todos os bens e riquezas produzidos, atingiu R$ 118,6 bilhões, voltando praticamente ao índice pré-crise, em 2013, quando o montante havia chegado a R$ 118,3 bilhões. No entanto, quando corrigidos os valores conforme a inflação do período, acumulada em 28,86% de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), é verificado que o Grande ABC perdeu 22% do PIB entre 2013 e 2017 – último dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os cálculos são do coordenador do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Jefferson José da Conceição.

Considerando que os PIBs das sete cidades fossem um só município, porém, a região ainda permanece como a quarta maior economia do País, ao concentrar 1,79% do PIB – participação que teve leve alta, uma vez que a de 2016 era de 1,78%. Em todo o Brasil, a geração de riquezas foi de R$ 6,583 trilhões. Neste comparativo, o Grande ABC está atrás somente das capitais São Paulo (R$ 699,2 bilhões ou 10,62% do PIB), Rio de Janeiro (R$ 337,5 bilhões ou 5,13%) e Brasília (R$ 244,6 bilhões ou 3,72%).

Em relação a 2016, quando o PIB da região havia marcado R$ 112 bilhões, a economia ampliou em 5,86% os valores nominais, sem aplicar a inflação. Dentre as sete cidades, São Bernardo permanece com a maior representatividade, com R$ 44,6 bilhões. seguida por Santo André com R$ 27,4 bilhões.

Coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero afirmou que, por mais que a região e, até mesmo o País, sinalizem alguma recuperação, os números ainda estão longe dos patamares de 2014 (e o PIB do Grande ABC era de R$ 120 bilhões), ano em que o Brasil entrou em recessão econômica. “O processo de destruição do produto foi muito grande no País e na região, fortemente afetada pela questão industrial.”

Em 2017, os números da indústria automotiva nacional começaram a dar indícios de recuperação pós-crise. Após amargar três anos de retração, a produção de veículos no País chegou a 2,7 milhões de unidades, número 25,2% maior do que em 2016 (2,15 milhões). O volume, porém, foi impulsionado pelas exportações, que bateram recorde com 762 mil veículos, alta de 46,5% ante 2016 e quase 30% do total produzido no Brasil, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores). “A exportação é fortemente importante para a indústria automobilística, e vemos isso claramente no modo como estamos sofrendo hoje com a crise na Argentina. O mercado automotivo nacional ficou muito estagnado nos últimos anos e somente em 2018 emitiu sinais de recuperação”, disse Balistiero.

A indústria respondeu por 23% do valor do PIB de 2017, sendo que a automotiva, até então com seis fábricas – a Ford em São Bernardo fechou em outubro – tem peso importante.

O especialista assinalou que o processo de recuperação é cíclico. “Quando comparamos os números, vemos que não recuperamos as perdas da recessão. Tivemos destruição de riquezas materializada no encerramento de empresas, na redução da produção e na perda de empregos. Se gera ciclo vicioso pesado que impacta no consumo e nos investimentos, e os números mostram o tamanho do dano.” 




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