Os beneficiários da Previdência Social que recebem mais de um salário-mínimo de aposentadoria poderão ter reajuste diferenciado. Proposta nesse sentido foi anunciada ontem pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara e relator da medida provisória que reajusta as aposentadorias acima de um salário-mínimo.

De acordo com o parlamentar, a ideia é conceder o percentual de 7,7% para os que recebem de benefícios até R$ 1.395 por mês (faixa compreendida entre um e três mínimos) e 6,14%, conforme consta da MP, para os aposentados que ganham mais do que R$ 1.395 mensais. "Estamos estudando. O problema é ver se há condições técnicas na Previdência e saber se é possível sem criar forte demanda jurídica. Se houver risco de ações na Justiça, fica com 7% para todo mundo."

O aumento diferenciado em análise, segundo o líder, terá impacto fiscal pouco menor que R$ 1,1 bilhão previsto para o reajuste de 7% para todos os aposentados que recebem mais de um mínimo. De acordo com Vaccarezza, pela proposta em estudo, 5,6 milhões de pensionistas seriam beneficiados com o reajuste de 7,7%.

Ainda segundo o líder, a proposta tem a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde o começo dessa discussão manifestou preocupação com as distorções. Para Vaccarezza, se a proposta se viabilizar, seriam três faixas de reajustes: 9,6% para os que recebem um salário-mínimo; 7,7% para os que ganham até R$ 1.395 e 6,14% para os demais aposentados.