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Sao Paulo recebe Zubin Mehta e Kurt Masur em 2001
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
02/01/2001 | 18:24
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A Sociedade de Cultura Artística de Sao Paulo chega à sua 85ª temporada reunindo grande número de orquestras e grupos de câmara de destaque no cenário internacional. A programaçao de 2001 terá início em abril e, na condiçao de estrelas, aparecem os nomes dos regentes Zubin Mehta e Kurt Masur.

A abertura ficará a cargo do Coro e da Orquestra do Festival de Ludwigsburg, acompanhados de seu diretor e fundador, o maestro Wolfgang Gonnenwein. Criados há 30 anos, coro e orquestra possuem um repertório bastante variado, que vai desde a música sacra até a ópera, em especial de compositores como Heinrich Schütz, Stravinski, Gluck, Beethoven, Weber, Mozart e Verdi.

Em maio, a atraçao será a Cleveland Orchestra, uma das cinco grandes orquestras norte-americanas e grupo de grande prestígio internacional. Fundada em 1918 por Nikolai Sokoloff (responsável, também, pela construçao do Severance Hall, sua casa de concertos), a orquestra foi dirigida por lendários maestros, como Erich Leinsdorf, Arthur Rodzinski, Pierre Boulez e Zubin Mehta. Seu diretor atual é o maestro Christoph Von Dohnányi, que rege a orquestra nos concertos em Sao Paulo. No posto desde 1982, Dohnányi deixará o cargo em 2002, quando dará vez ao alemao Franz Welser-Most.

Outra integrante do grupo das Big Five norte-americanas (as cinco maiores orquestras dos Estados Unidos), a Filarmônica de Nova York apresenta-se em junho, regida por Kurt Masur, seu diretor desde 1991, quando substituiu o maestro israelense Zubin Mehta. Uma das mais antigas orquestras do mundo - foi fundada em 1842 -, a Filarmônica de Nova York já teve à frente grandes nomes da música dos últimos dois séculos, como Rubinstein, Tchaikovski, Mahler, Rachmaninov, Strauss, Toscanini, Koussevitzki, Pierre Boulez e Leonard Bernstein.

Como diretor, Masur reativou as transmissoes ao vivo dos concertos da orquestra. Agora, no ano em que deve ser substituído, ele já deu eu recado pela imprensa norte-americana: "se a orquestra nao encontrar ninguém que possa assumi-la, eu fico até quando for necessário".

A primeira atraçao de julho, a cantora alema Ute Lemper tem um repertório que a coloca entre as principais, e mais controversas, intérpretes do momento. Já participou de uma coreografia feita especialmente para ela pelo célebre Maurice Béjart, esteve em filmes de diretores como Peter Greenaway, além de ter integrado musicais como Chicago e Cats. Em seu repertório, aparecem cançoes de Kurt Weill, entre outros compositores, e gravaçoes com importantes maestros (Kent Nagano, Zubin Mehta, John Mauceri e Luciano Berio, para citar alguns) e com orquestras como a Filarmônica de Israel e as sinfônicas de Berlim e Londres.

Ainda em julho, outra atraçao será o Quarteto Hagen, da Alemanha. Formado originalmente por quatro irmaos da família Hagen, o grupo hoje é composto pelos violinistas Lukas Hagen e Rainer Schimidt, pela violista Veronika Hagen e pelo violoncelista Clemens Hagen. Descobertos por Gidon Kremer e apadrinhados por Nikolaus Harnoncourt, os integrantes do conjunto ficaram conhecidos pelo vasto repertório, que vai desde os clássicos vienenses até a música do século XX.

Estrela - Zubin Mehta e a Orquestra Filarmônica de Israel serao as atraçoes do mês de agosto. Mehta foi o primeiro regente a ser efetivamente contratado pela orquestra, que já atuou sob a direçao de grandes batutas, como as de Carlo Maria Giulini, Josef Krips, Leonard Bernstein (nomeado regente laureado da orquestra em 1988) e Kurt Masur (regente convidado honorário desde 1982).

Também em agosto, o violoncelista e violista catalao Jordi Savall apresenta-se ao lado do grupo Hesperion 20, fundado por ele e sua mulher, a soprano Monserrat Figueras. Uma das personalidades mais polivalentes de sua geraçao - além de instrumentista, ele atua como regente e pedagogo -, Savall tem desenvolvido um trabalho intenso de promoçao da música antiga e acredita que a música é, mais do que profissao, uma vocaçao.

Liderados pelo flautista Giovanni Antonini, os jovens integrantes do Il Giardino Armonico aparecem em Sao Paulo em setembro. Seu repertório é centrado nos séculos XVII e XVIII e uma das principais marcas do grupo é a utilizaçao de instrumentos de época. Já trabalharam com importantes maestros, como Nikolaus Harnoncourt e Trevor Pinnock (que esteve no Brasil no ano passado ao lado do The English Concert), e já se apresentaram com grandes artistas, como Cecilia Bartoli, Sumi Jo, Eva Mei e Lynne Dawson.

Em outubro, a diversidade de repertório da Camerata Bern passa a ser o destaque. Criada há 40 anos, essa formaçao de câmara suíça, que atua sem regente, vem ao Brasil acompanhada do oboísta e compositor Heinz Holliger como solista. Holliger, músico fortemente influenciado por Pierre Boulez, é um dos mais destacados instrumentistas no que diz respeito à música contemporânea.

Quem encerra a temporada da Cultura Artística, em novembro, é a Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim, que tem como diretor o maestro Rafel Fruhbeck de Burgos. No entanto, a regência durante a turnê será responsabilidade do alemao Marek Janowki, aluno de Wolfgang Sawalisch, atual regente titular da Orquestra Filarmônica da Rádio França.




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