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Garoto de Santo André conquista título de Atletismo
Henrique Munhos
Especial para o Diário
22/06/2011 | 07:25
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Edmílson Magalhães/DGABC


O andreense Asafe Madai, 15 anos, chegou à disputa do Campeonato Brasileiro, no domingo, no Ibirapuera, sem muitas esperanças. "Era o nono do ranking nacional. Então seria muito difícil conquistar alguma coisa" contou. Na pista, ele supreendeu a todos e foi campeão na prova de 400 m com barreiras, categoria menor, sua especialidade.

Asafe é atleta do projeto social Esporte Vida, que desde 2007 disponibiliza aulas gratuitas de atletismo a jovens carentes da cidade.

Aos 10 anos, por desejo da mãe, ele começou na modalidade. Após dois anos, parou de treinar. "Desisti porque cansava muito ir da minha casa até o estádio (Bruno Daniel, onde são realizados os treinamentos)", explicou o jovem, que mora com os pais e mais três irmãos no bairro Jardim do Estádio.

Três anos depois, voltou a fazer parte da equipe. Hoje, a situação de Madai é um pouco melhor. O atleta tem bolsa de estudos no Centro Educacional Etip e conta com a ajuda do ônibus disponibilizado pela Prefeitura nas terças e quintas-feiras para transporte aos treinos. Mas nos outros dias, às vezes ainda é difícil treinar. "Quando meus pais não têm dinheiro para treinar não posso ir", declarou.

O técnico Luiz Antonio dos Santos elogiou muito a promessa. "Ele é veloz, resistente e tem o biotipo necessário, além de ser muito dedicado. Tem tudo para se tornar um grande atleta."

Apesar do sucesso, Asafe não tem certeza se seguirá nas pistas. "Tenho o sonho de cursar faculdade, como biologia ou arquitetura. Quem sabe não concilio as duas coisas?"

 

Técnicos reclamam da falta  de apoio da Prefeitura

Luiz Antonio dos Santos e Maria Rita Eufrásio, fundadores do Esporte Vida, reclamam da falta de ajuda da Prefeitura de Santo André ao projeto social. Às terças e quintas-feiras há um ônibus para transportar os garotos, nos demais dias os jovens (cerca de 250) têm de arcar com a idas e vindas para o Estádio Bruno José Daniel, local dos treinamentos.

Nas viagens para competições, a Prefeitura disponibiliza somente o ônibus. Os restantes dos gastos ficam por conta dos atletas e dos treinadores. "Temos de agradecer pelo ônibus. Porém, nos prometeram alimentação e ajuda de custo para os mais talentosos e não deram nada. Assim, fica difícil segurar as promessas na cidade," afirma Rita.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura não respondeu.




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