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GCMs de Mauá afirmam que bancam combustível de viaturas

Integrantes da corporação municipal denunciam precarização das condições de trabalho; Prefeitura nega problemas

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
22/11/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Integrantes da GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá denunciam que têm bancado, do próprio bolso, os custos com manutenção, troca de óleo e até abastecimento de combustível das viaturas para ronda. A corporação conta com dez veículos cedidos pela Prefeitura de São Bernardo em agosto do ano passado, quando os automóveis da GCM foram retirados pela empresa que alugava a frota para a administração municipal por falta de pagamento. Além disso, outras três viaturas modelo Duster foram doadas em setembro pelo Mauá Shopping, a título de compensação urbanística.

Os agentes, que pediram para não serem identificados, denunciaram que as condições de trabalho vêm se deteriorando. Além de bancar com recursos próprios os reparos das viaturas, os guardas têm enfrentado instabilidade no sistema de radiocomunicador e, não raro, precisam usar o próprio telefone celular para se comunicar tanto entre eles quanto com a base. Um profissional relatou que, durante a prisão de um suspeito armado no Paço Municipal, há poucos dias, a equipe não conseguiu solicitar reforço pelo rádio devido aos ‘pontos escuros’ na comunicação. Os problemas com o comunicador se agravaram, segundo os guardas, após a mudança da sala de controle da sede da GCM, no Jardim Zaíra, para um prédio na área central da cidade. 

Sobre as viaturas que foram doadas pelo shopping, os profissionais afirmam que elas não estão sendo utilizadas para rondas, especialmente as escolares, setor de maior demanda. Os denunciantes também observaram que ao menos três guardas que estavam afastados por motivos de saúde retornaram ao trabalho, mas não estão com a documentação do porte de arma em dia. 

A Prefeitura de Mauá informou que pequenos reparos e troca de óleo em veículos da GCM são realizados diretamente na garagem da Secretaria de Serviços Urbanos. Quanto ao abastecimento dos veículos, todo o custo é pago pelo governo, por meio de convênios com postos de combustíveis na cidade. “Não procede a informação sobre a falta de cobertura aos agentes, em reparos e abastecimento, e se algum servidor desembolsou por conta própria, não foi a pedido da corporação”, explicou o comunicado.

A administração municipal alegou que o sistema de rádio deixou a base da GCM e foi transferido para o espaço que futuramente será o CCO (Centro de Controle Operacional), que abrigará também a comunicação da Defesa Civil, do trânsito, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e monitoramento de espaços públicos. “As três viaturas citadas pela reportagem se encontram em condições normais de patrulhamento pela cidade. Também não existem casos de guardas com porte de arma vencido”, concluiu o comunicado.




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