A despoluição da água produzida pela Billings não é, definitivamente, a única solução necessária para resolver os problemas da represa. Nas áreas de manancial invadidas por loteamentos irregulares há 9,5 mil ligações de energia sem autorização. De acordo com a Eletropaulo, somente a cidade de São Bernardo soma 6,5 mil gatos (ligações clandestinas), nas áreas do Riacho Grande e Alvarenga.

A regularização do total desses domicílios só é permitida após licença da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e do Dusm (Departamento do Uso e Ocupação do Solo). A questão é que o oferecimento de serviços essenciais em áreas de proteção acarreta um processo de urbanização sem volta.

Em contrapartida, moradores de outros locais, como o Jardim Marajá, em Diadema, pagam pelo esgoto que não é tratado. É o caso da dona-de-casa Edna Aparecida Costa, 40 anos, que tem de desembolsar R$ 3,68 mensais.

“É um absurdo. Não me conformo em ter que dar dinheiro para a Prefeitura recolher o esgoto da minha casa e jogar na Billings. Essa represa está muito poluída. Moro aqui desde que nasci. Dá pena ver o que aconteceu com a represa”, diz. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) não se manifestou a respeito.

Os vizinhos de Edna vivem a mesma situação, mas têm em casa luz acesa todos os dias. “Já regularizaram a nossa situação, pelo menos nesse quesito.” No município, há 1,5 mil casas sem pagar pela energia. O restante está dividido entre Santo André (400), Ribeirão Pires (200) e Rio Grande da Serra (200). O prefeito de Rio Grande, Adler Kiko Teixeira (PSDB), assume a deficiência e diz que precisa de ajuda financeira para frear o movimento de ocupação.