Livros didáticos sempre são distribuídos, mas essa foi a primeira vez que a Prefeitura decidiu distribuir os kits para todos os alunos. Antes, só estudantes carentes recebiam os materiais. Segundo a secretária de Educação de Santo André, Cleusa Repulho, o atraso aconteceu porque as empresas não teriam capacidade para fornecer o pedido em prazo menor, mas não houve, de acordo com Cleusa, prejuízo pedagógico porque foram usados estoques da Prefeitura.
Os kits variam de acordo com a idade do aluno. Ao todo, 73 escolas vão recebê-los, desde creches até classes de ensino para jovens e adultos. Durante esse período, os pais de alunos também não puderam comprar o material para seus filhos. A maioria utilizava o material do ano anterior.
"A direção da escola (Emeief Praça da República, no bairro Bangu) explicou que neste ano o material seria dado pela Prefeitura e nos proibiu de comprar qualquer coisa para não causar diferença entre os alunos. Com a demora, eu sugeri que os pais que pudessem poderiam comprar o material para os alunos mais carentes, mas não nos deixaram ajudar", disse Leandro Franchin, pai dos gêmeos Arthur e Letícia, 10 anos, alunos da 4ª série do ensino fundamental. Para ele, a decisão de distribuir o material foi "manobra política" em ano de eleição.
A dona de casa Maria Aparecida Bueno, mãe de Daniel, 10 anos, e Vitor, 6 anos, disse que no ano passado o filho mais velho usou, pelo menos, quatro cadernos, um para cada disciplina, e que, neste ano, recebeu da Prefeitura apenas dois. "Como é que eles vão fazer para passar as matérias a limpo depois?", questionou.
A reclamação é a mesma da dona de casa Marcia Koshino de Almeida, mãe de Daniel, 10 anos, aluno da 4ª série do ensino fundamental. "O material deveria ter sido entregue logo depois do Carnaval", disse.
A assistente de direção do Departamento de Educação Infantil e Fundamental de Santo André, Maria Helena Fonseca Marin, disse que o processo de licitação demorou por conta do "padrão de qualidade" exigido pela Prefeitura. "Quando definia a empresa que ofereceria o material, havia o problema de ela não ter capacidade de cumprir o pedido de 30 mil kits", disse.
Segundo Maria Helena Fonseca Marin, a Prefeitura decidiu fornecer o material a todos os alunos porque a demanda de famílias carentes aumentou e havia verba disponível para o programa.
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