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Matador de juiz-corregedor é preso
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
06/11/2006 | 22:36
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Policiais do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) prenderam o último integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) acusado de participar da morte do juiz-corregedor da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente, José Antônio Machado Dias, assassinato ocorrido em março de 2003. O magistrado foi morto por ser considerado linha-dura pela facção. <EM>

Adilson Daghia, 37 anos, o Ferrugem, foi preso na última sexta-feira em um conjunto habitacional localizado em São Miguel Paulista, na zona Leste da capital. Ele teria atirado contra o juiz.

Também foi preso o protetor de Ferrugem, José Wilson Tavares Lopes, o Tigrão, piloto (líder) da facção na zona Norte de São Paulo e que já participou de um seqüestro em Santo André em 2003. Tigrão foi incumbido pela cúpula do PCC a esconder de todas as maneiras possíveis Ferrugem, apelidado também de Relíquia pela organização criminosa por até agora não ter sido detido após o homicídio do juiz.

Segundo o delegado Rui Ferraz Fontes, Ferrugem era o quinto integrante do PCC que faltava para ser preso. Além do líder máximo da facção, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, que ordenou a execução do juiz, também já estão no sistema prisional João Carlos Rangel Luisi, o Johny, Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, e Ronaldo Dias, o Chocolate.

“O Ferrugem vinha sendo tratado pelo apelido de Relíquia dentro da organização criminosa porque ganhou status por ainda não ter sido preso. A detenção dele abala o PCC pois mostra que nenhum crime cometido por eles será deixado de lado. Vamos prender todo mundo dessa facção que estiver envolvido com delitos”, afirmou o delegado Fontes.

Os policiais do Deic conseguiram localizar Ferrugem depois que passaram a investigar Tigrão, suspeito de dar ordens para atentados cometidos pela facção este ano contra bases policiais, ônibus e outros alvos civis e militares.

O conjunto habitacional onde a dupla foi presa está localizado na rua Papiro do Egito. No local, os investigadores encontraram um fuzil alemão de alto calibre, além de diversos documentos falsos que Ferrugem utilizava.

O juiz Dias, então responsável por conceder ou negar benefícios para os presos da região de Presidente Prudente, entre eles os chefes do PCC, foi assassinado pouco depois de deixar o fórum da cidade. Ele foi baleado após seu carro ser fechado por outros dois veículos.

O homicídio do magistrado foi o primeiro ataque direto da facção contra as autoridades. Depois do crime, os juízes das varas criminais do Estado passaram a andar com escolta.



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