Bem articulada, a ação pode ter começado já na noite desta terça-feira, quando a linha telefônica da casa foi cortada, provavelmente pelos próprios criminosos. Para tentar solucionar o problema, a dona da residência pediu à Telefônica que vistoriasse a fiação. Por volta das 9h desta quarta-feira, a mulher recebeu dois homens uniformizados como funcionários da empresa.

Ao se aproximar deles para saber se o problema já havia sido solucionado, os homens disseram que a falha poderia ter sido gerada por um problema dentro de sua casa e pediram autorização para fazer uma vistoria. A mulher não se opôs a entrada da dupla que, dentro da casa, sacou armas e anunciaram o assalto.

“Não desconfiei. Eles traziam até mesmo uma ordem do serviço de reparo”, disse a moradora, que não quis ter a identidade revelada. Nervosos, os homens perguntaram pelo filho da dona da casa, dizendo que pretendiam seqüestrá-lo. Os criminosos chegaram a adiantar qual seria o valor do resgate: US$ 2 milhões – cerca de R$ 6 milhões.

Desesperada, a mulher tentou manter a conversa com os assaltantes, dizendo que se tratava de um resgate muito alto e que ela não possuía tanto dinheiro. O rapaz, que tomava banho no momento da invasão, foi rendido e teve suas mãos amarradas com um cinto. Sua mãe e uma doméstica que trabalhava na casa também tiveram as mãos amarradas com gravatas.

Todos foram trancados em um dos quartos da casa, enquanto os ladrões vasculhavam a residência em busca de dinheiro. Durante o assalto, os criminosos se comunicavam via rádio com o que poderia ser um QG da quadrilha. “Eles diziam que não encontraram muito dinheiro.”

Consertos – Informada sobre o caso, a Telefônica alertou que reparos da linha são feitos apenas na fiação externa da casa. Técnicos podem entrar apenas nas residências de assinantes do plano extensivo, que prevê consertos na fiação interna. Mesmo assim, as visitas devem ser agendadas com antecedência e feitas com anuência do proprietário.