Setecidades Titulo Saúde
Municípios desperdiçam
3.256 consultas no trimestre

Balanço é da Secretaria Estadual da Saúde; atendimentos com
especialistas são ofertados pelos AMEs em Sto.André e Mauá

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
20/04/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Os dois AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) da região, localizados em Santo André e Mauá, somaram no primeiro trimestre 3.256 consultas que não foram agendadas pelos sete municípios. O total ofertado foi de 23.773.

O balanço do desperdício foi informado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde, que não esclareceu quais são as especialidades não utilizadas. No equipamento de Santo André, inaugurado em outubro de 2010, as vagas que sobraram nos consultórios somam 15% do total, enquanto que em Mauá o índice é de 11,5%. Os números escancaram a desarticulação existente entre os serviços ofertados pelo Estado e as necessidades reais dos municípios.

Além do desajuste, há burocracia. O desperdício de consultas contrasta com a demora que os pacientes do Grande ABC enfrentam para conseguir atendimento nos ambulatórios. A espera chega a três meses. Para conseguir a consulta, o paciente precisa ser encaminhado por alguma UBS (Unidade Básica de Saúde).

De acordo com o Estado, os horários não preenchidos são zerados mensalmente e não há efeito cumulativo. Ou seja, as vagas ficam ociosas. O serviço tem o objetivo de agilizar o atendimento e concentra em único dia consultas, exames e retorno. Em Santo André, são oferecidas 20 especialidades médicas, em Mauá, onde o equipamento foi entregue em dezembro, são dez.

A responsabilidade do agendamento é da Central de Regulação de Vagas de cada município. Procuradas, a maioria das prefeituras confirmou que as especialidades oferecidas pelo Estado não atendem as necessidades, por isso há sobras.

A Secretaria de Saúde de Mauá esclareceu que, ao contrário do que dizem os números fornecidos pelo Estado, o município preenche todas as vagas ofertadas pelo AME. Porém, a nota informa que a cidade "enfrenta falta de vagas nos setores de ortopedia e neurocirurgia, assim como outras cidades da região."

A Prefeitura de Santo André não se manifestou sobre o remanejamento dos pacientes que utilizam o ambulatório.

REGIÃO

Em São Caetano, a Secretaria de Saúde informou que tem total autonomia para encaminhar seus pacientes à sua rede, e que poucos (não especificados) são enviados para consultas fora da cidade. O procedimento tem início na UBS e a solicitação junto à Central de Agendamento é realizada em até 24 horas. Em Ribeirão Pires, a carência está na oferta de consultas ginecológicas, exames de mamografia, endoscopia, ressonância magnética, fonoaudiologia e vascular. Nestas especialidades, a espera chega a um ano, segundo informou a Prefeitura.

A Secretaria de Saúde de Diadema também contesta as informações do Estado. A administração declarou que todas as consultas ofertadas são agendadas pelo município, mas ressaltou que muitos pacientes não comparecem no dia marcado.

São Bernardo aponta falha no sistema informatizado

A Prefeitura de São Bernardo endureceu o discurso contra o governo estadual no que diz respeito às necessidades da Saúde regional e os serviços disponibilizados pelo Estado.

A administração municipal esclareceu que as consultas ofertadas no AME Santo André em psicologia e acupuntura não interessam ao município, mas há maior demanda para consultas nas áreas de urologia, cirurgia vascular, oftalmologia, cirurgia geral e cirurgia plástica.

A nota ainda diz que "há falhas no sistema informatizado de todos os AMEs, criando desencontro nas informações, situação que já foi comunicada ao Departamento Regional de Saúde."

A Prefeitura lembra que é preciso resolver tais desajustes também em relação às demandas dos hospitais estaduais Mário Covas e Serraria , em Santo André e Diadema, para que os equipamentos cumpram seus papéis em âmbito regional.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;