A Prefeitura de São Bernardo tenta captar recursos junto ao Ministério da Cidades para compatibilizar o cronograma de obras de urbanização da favela Naval com Diadema. A canalização do córrego e a execução do sistema viário estão previstas no Programa São Bernardo Moderna com recursos municipais e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Porém, para promover os demais investimentos em infra-estrutura, o município alega depender de parcerias.

No trecho de Diadema, cidade sob comando petista, o governo federal investirá R$ 23 milhões por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em obras de urbanização e construção de novas unidades habitacionais. A previsão é de que elas tenham início em agosto.

Localizada na divisa entre as duas cidades, a Naval reúne cerca de 700 famílias, sendo que a maior parte, cerca de 450, fica em Diadema.

Em 2003, a Prefeitura de São Bernardo cadastrou as famílias - na época, eram 177 -, e sinalizou a possibilidade de removê-las. "O projeto não teve andamento e hoje estamos abandonados. Não temos perspectiva de nada", reclama o ajudante de produção André Fidelis Gonçalves, 33 anos, líder da comunidade.

Mesmo depois de morar 11 anos na Naval, a dona-de-casa Edileusa Maria da Silva, 53, sofre com a precariedade. "Tenho medo dos incêndios por causa das ligações de energia e do risco de contaminação do esgoto que corre a céu aberto."

O secretário de Habitação de Diadema, Josemundo Dario Queiroz, lembrou que caso São Bernardo não urbanize seu trecho da favela, inviabilizará a segunda etapa do projeto de Diadema. A Prefeitura de São Bernardo não indicou ninguém para falar sobre a Naval, respondeu apenas que depende de parcerias.