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Contas de Oswaldo Dias são rejeitadas
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
10/05/2008 | 07:53
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Após três horas de uma sessão tumultuada, a Câmara de Mauá rejeitou sexta-feira as contas de 2004 do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT).

A bancada petista, no entanto, alega que a decisão não tem valor legal. Minutos antes do início da sessão, a defesa do ex-prefeito protocolou cópia de liminar, obtida na noite de quinta-feira, na 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, suspendendo os efeitos do parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que rejeitou o balanço do último ano da administração petista.

A rejeição, em tese, pode tirar o petista - que é pré-candidato à sucessão de Leonel Damo (PV) - do páreo eleitoral de outubro. Mas, com o impasse em torno da votação das contas, a eleição pode acabar novamente na Justiça, a exemplo de 2004.

A bancada do PT tentou evitar que a sessão fosse realizada, alegando que, com a liminar, não haveria o que ser votado. Paulo Eugênio Pereira Júnior (PT) - que será o candidato a vice na chapa de Oswaldo - apresentou requerimento adiando a votação em 20 sessões (o que representaria dia 22 de setembro, poucos dias antes do primeiro turno). José Luiz Cassimiro também tentou pedir vistas do processo por 10 dias. Os dois requerimentos foram rejeitados.

Os petistas, então, decidiram se retirar da sessão sem votar. O presidente da Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), chegou a dizer que a atitude dos parlamentares era "covarde". Apenas Diniz Lopes (PSDB) - que integra a oposição, ao lado do PT- votou a favor de Oswaldo (leia mais ao lado). Votaram pela rejeição 12 vereadores. Além dos petistas, o vereador Altino dos Santos (PRB) não estava no plenário.

Torcida - Assim como na última quarta-feira, a galeria, durante a sessão de sexta-feira, estava lotada. Com apitos e até nariz de palhaço, alguns levantavam cartazes com dizeres ‘Democracia em Mauá é ditadura' e ‘Trator não'. A maioria defendia o ex-prefeito. Os petistas foram aplaudidos em seus discursos - inflamados - e os governistas, em sua maioria, vaiados. Com a saída dos petistas, boa parte da população também deixou a Câmara.

Betão, que pediu reforço da GCM (Guarda Civil Municipal), isolou a primeira fileira da platéia, temendo reação mais contundente. Nervoso, chegou a requerer em alguns momentos a intervenção dos guardas para conter os ânimos.

Após a sessão, o advogado de Oswaldo, Igor Tamasauskas, disse que a sessão foi "um circo". "O presidente cometeu uma ilegalidade ao permitir a votação. Vamos estudar quais providências iremos tomar a partir de agora."




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