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Não fosse a assinatura do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, aos 45 minutos do segundo tempo, o primeiro semestre de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) teria se limitado a bate-boca pelas redes sociais e a tomada de decisões inócuas do ponto de vista econômico e social, como os fins do Horário de Verão e da tomada de três pinos. Espera-se que o capitão da reserva tenha entendido como se dá o jogo do poder e, adequando-se às suas regras, consiga, no segundo semestre que ora se inicia, aprovar projetos de fato importantes para o Brasil, como a tão esperada reforma da Previdência.
Eleito com o discurso de acabar com antigas práticas da política nacional, especialmente a do fisiologismo que vigorava entre Executivo e Legislativo, o conhecido toma-lá-dá-cá, é natural que Bolsonaro encontrasse resistências de deputados e senadores para impor sua agenda. A situação só não foi pior porque o presidente manteve o amplo apoio das ruas, novamente manifestado no domingo, com atos em ao menos 88 cidades de 26 Estados, mais o Distrito Federal.
O desgaste do capital político de Bolsonaro, todavia, tende a acelerar com o passar do tempo. Exatamente por isso é que o Palácio do Planalto deve priorizar a revisão das regras previdenciárias, sem a qual o País não conseguirá arcar com suas contas em curto prazo. Mais do que isso, a aprovação da reforma terá a capacidade de trazer novamente a esperança à sociedade e ao empresariado brasileiros.
Existem muitos desafios pela frente, mas Bolsonaro terá, desde já, comprometido os meses que lhe faltam de governo se não conseguir aprovar a reforma da Previdência. É preciso trabalhar por isso. Ao evitar o gasto de quase R$ 1 trilhão de verbas públicas em uma década, conforme estima o ministro Paulo Guedes (Economia), o Planalto dará recado importante aos brasileiros. Nunca a austeridade foi tratada com tanta seriedade – contrariando prática nacional, de muito discurso e pouca ação. A sorte dos três próximos anos da administração federal, pois, será decidida até dezembro.
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