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Sinalização é o maior problema do Rodoanel
Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
02/04/2010 | 08:48
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A falta de sinalização é a principal reclamação dos motoristas que estrearam o Trecho Sul do Rodoanel ontem. Aberto ao tráfego pela manhã, em evento que contou com a presença do vice-governador Alberto Goldman (PSDB), a via ainda lembra um canteiro de obras.

O Diário percorreu os 61,4 quilômetros de extensão do Trecho Sul. A estrada atravessa três dos sete municípios do Grande ABC (Santo André, São Bernardo e Mauá), fazendo a ligação da região à Rodovia Régis Bittencourt, com trevos de acesso para as rodovias dos Imigrantes e Anchieta e à Avenida Papa João XXIII, em Mauá.

No canteiro central e nas laterais das duas pistas de três faixas, ainda é marcante a presença de escavadeiras, caminhões basculantes e operários, que em alguns trechos colocavam tapetes de grama.

A mesma impressão de obra em curso passa a sinalização da via. Em alguns trechos, já é possível notar uma distribuição de placas em intervalos regulares. Em outros, como na região de Itapecerica da Serra, trechos de até cinco quilômetros estão sem qualquer tipo de sinalização.

Nestes pontos, não estão instalados sequer os marcos quilométricos.

No trevo da Régis Bittencourt, os problemas de sinalização se repetem. Só é possível notar uma placa indicativa para o Trecho Sul na alça de acesso à via. E mesmo esta indicação estava, na manhã de ontem, com as setas indicativas cobertas.

Acompanhado da mulher e do filho, o empresário Sérgio Reimberg, 61 anos, fazia uma passeio pela via recém-inaugurada. "Moramos em Embu Guaçu, e descer a serra em menos de duas horas e meia era algo impossível. Então decidi trazer a família e sondar se o caminho pelo Rodoanel é melhor. Já deu para perceber que sim", comentou.

Apesar dos elogios ao tempo de viagem, ele não poupou críticas à ausência de sinalização na estrada. "Neste aspecto, ainda está muito precário. Faltam informações aos motoristas. Espero que com o tempo essas falhas sejam corrigidas", completou Reimberg.

SEM SOCORRO

Morador de São Roque, o vendedor Carlos Eduardo de Almas, 32, viajava para Mauá a trabalho, quando seu carro quebrou na altura do Km 78 do Trecho Sul. Além de reclamar das falhas na sinalização, ele criticou a inexistência de telefones de emergência.

"A sinalização ainda é muito ruim. E confusa. Perdi o acesso para o Trecho Sul na Régis (Bittencourt) e tive que me virar para achar o retorno. Além disso, acho um absurdo uma via como esta ser aberta sem qualquer telefone de socorro. Minha sorte foi eu ter no celular o telefone do guincho da Dersa", disse Almas.

DETALHES

No evento de abertura do Trecho Sul, o vice-governador Goldman afirmou que será necessário prazo de até 60 dias até que as obras da via estejam totalmente encerradas.

Além da escassez de sinalização, a estrada não tem radares fixos de velocidade instalados. Ontem, policiais militares rodoviários usavam radares portáteis.

As praças de pedágio também estão inacabadas e ainda falta iluminação em alguns viadutos. Os letreiros eletrônicos informativos também estão desligados.

Segundo a Secretaria Estadual dos Transportes, a estimativa é de que cerca de 70 mil veículos, entre carros e caminhões, utilizem o Trecho Sul do Rodoanel todos os dias.




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