Amigos amigos, futebol à parte. Se durante dois anos os goleiros Neneca e Júlio César alternaram a titularidade e a reserva no gol do Santo André, hoje estarão de lados opostos. Enquanto o primeiro segue no Ramalhão e busca hoje a primeira vitória no Paulistão, o segundo defende o Botafogo e aproveita a vantagem de jogar em Ribeirão Preto (às 19h30, no Estádio Santa Cruz) para entrar no G-8.

Se fora de campo confirmam amizade, tanto Neneca quanto Júlio César impõem limite. "Vai só até antes de a bola rolar. Tenho carinho grande pelo clube, pelo Neneca, torço muito por eles, mas cada um vai defender seu pão", comentou o camisa um botafoguense. "Antes do jogo trocaremos cumprimentos de boa sorte, mas depois só vou pensar no Santo André, porque precisamos muito desse resultado", afirmou o arqueiro andreense.

Segundo Neneca, apesar de conviverem no ambiente em que um sempre era titular, não havia vaidade. "Antigamente (no futebol), mesmo sendo parceiros, existia rivalidade. Agora não. A gente sempre soube diferenciar a amizade e o comprometimento com o clube."

Campeão da Copa do Brasil de 2004 pelo Ramalhão, Júlio César segue acompanhando o clube mesmo de longe. "Tenho muito carinho pelo Santo André, amigos e estou sempre por dentro das notícias. O mau momento que vive já vinha sendo previsto em função da reformulação do elenco, mas torço para que saia dessa situação, da zona de rebaixamento. Mas só a partir da próxima rodada", disse o goleiro, que fechou o gol na vitória sobre o São Paulo, na última rodada.

Após improvisos, Pintado celebra solução para a lateral esquerda

A lateral esquerda do Santo André parece, enfim, ter um dono. Um jogador que é da posição, ao invés de alguém improvisado. O técnico Pintado iniciou o Paulistão com Dênis, que é efetivamente um ala esquerdo. Nas rodadas seguintes, porém, o zagueiro João Paulo e o volante Alex Silva foram utilizados, mas a partir de hoje, diante do Botafogo, Valmir deve ficar com a vaga.

Anunciado antes da partida contra o Mogi Mirim, a expectativa sobre o atleta foi tamanha que assim que chegou já viajou e entrou no intervalo diante do Sapão. Contra o Santos, o lateral também jogou no segundo tempo. Tudo para suprir pelo menos um pouco da carência do time. "Nossa necessidade era imediata para duas partidas atrás, mas pela condição física e por não querer arriscar desnecessariamente de sair no desespero, preferimos deixar", afirmou Pintado.

Valmir, por sua vez, comemora a titularidade. "A chance que tanto esperei parece que vai surgir. A expectativa é dar o máximo e corresponder ao esperado", afirmou o jogador, que não atua como titular há dez meses, quando ainda defendia o Grêmio Prudente.

Exceções a Valmir e Célio Codó (leia abaixo), Pintado pretende manter o time que empatou com o Santos. "Sigo confiando na equipe, que está próxima de encaixar", disse o treinador. "O time está entrosando e essa é a hora da verdade, de provarmos que temos condições de estar entre os oito melhores. Temos de respeitar o Botafogo, mas não temê-lo. A gente vem de muitos empates (seis em sete jogos). Então, são necessárias calma e tranquilidade com a bola no pé para finalizar", emendou o lateral Valmir.

Pelo lado do Botafogo, a curiosidade é a possível presença de seis ex-andreenses: Júlio César, Gabriel, Eduardo Ratinho, Andrezinho, Pablo Escobar e João Henrique, que aguarda nome no BID.

Célio Codó admite pressão por substituir Nunes

Com a rescisão contratual de Nunes, a vaga no ataque ao lado de Rychely caiu no colo de Célio Codó. Com características semelhantes, o grandalhão admite que será um desafio substituir o ex-camisa nove.

"É uma responsabilidade que todo jogador quer ter. Vou substituir um grande atacante, então gera certa pressão, mas saberei lidar", disse Codó, que se mostrou preparado ao jogo. "É um adversário direto na tabela e, se vencermos, ultrapassamos, além de ganharmos ânimo e tranquilidade."