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Prestes a fechar as portas de novo, Belas Artes se salva

Com novo patrocínio de cinco anos com a cerveja Petra, passa se chamar Petra Belas Artes

Richard Margoni Molina
Especial para o Diário
03/05/2019 | 07:00
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Renato S. Cerqueira/ Estadão Conteúdo


O Cine Belas Artes (Rua da Consolação, 2.423), em São Paulo, fechou contrato de patrocínio de cinco anos com a cerveja Petra e passa a se chamar Petra Belas Artes a partir da próxima semana. Com isso, afasta de vez o fantasma de um novo fechamento do espaço, risco que corria desde fevereiro, quando a Caixa não renovou o contrato que tinha com o cinema. 

A nova responsável procurou o espaço cultural após saber da notícia do fim da antiga parceria se oferecendo como apoiadora. O valor do patrocínio não foi divulgado, mas, segundo o diretor do cinema André Sturm, ele é superior ao do contrato anterior. “É um valor bastante expressivo, que vai garantir que o aluguel do cinema seja pago e que a gente possa manter nossa autonomia e liberdade de programação”, disse na cerimônia de anúncio, na manhã de ontem.

A proposta inicial do Belas Artes era para contrato de três anos, que foi estendido para cinco conforme o avanço das negociações. O atual patrocínio é totalmente feito com os recursos de marketing da empresa de bebida e sem benefício fiscal. “Sem nenhum demérito, afinal, sou um defensor ardoroso da Lei Rouanet”, comentou Sturm. “Isso valoriza ainda mais essa parceria e mostra a compreensão do valor que a cultura tem para o País.”

Eliana Cassandre, gerente de marketing do Grupo Petrópolis, que abriga a marca, se demonstrou muito satisfeita com a oportunidade aberta. “Não só como profissional, mas como pessoa. Isso é muito especial para mim. Morei em São Paulo por alguns anos e vivenciei o cinema com filmes, cafés. Conheci pessoas que levo para minha vida até hoje.”

Falando sobre o Belas Artes, que já esteve desativado por três anos (entre 2011 e 2014), ela declarou: “Não podíamos deixar fechar as portas desse espaço que é tão democrático, acessível e que dá tanta importância para algo que acreditamos muito, que são as pessoas. Espaços como o Belas são responsáveis por construir cidadãos melhores.”

Logo que o contrato com a Caixa foi encerrado, medida que fez parte da revisão de incentivos fiscais dos primeiros meses do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), movimento foi criado em apoio ao espaço cultural. O Juntos Pelo Belas uniu, em março, pessoas que frequentam o cinema em ato de apreço pelo mesmo. Os participantes levaram balões em forma de coração para a Avenida Paulista e promoveram um abraço coletivo ao prédio. O idealizador do movimento, Gleison Nascimento, explicou o motivo de apoiar o local. “Para mantermos espaços culturais é importante a mobilização de todos os agentes, incluindo o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil. Nós nos sentimos realizados, pois nossa contribuição ajudou a fazer a diferença. É uma conquista para todos que amam cinema.”

O aluguel do prédio onde está o complexo é estimado em R$ 2 milhões por ano. As adequações do novo nome na fachada e interior do cinema estão agendadas para ficarem prontas em duas semanas. Mesmo com as reformas, as sessões cinematográficas continuam normalmente.




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