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ABC tem 11 homicídios no fim de semana
Christiano Carvalho
e Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
07/10/2001 | 20:14
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  O Grande ABC teve um dos fins de semana mais violentos do ano. Entre a madrugada de sábado e a tarde deste domingo foram registrados 11 homicídios, todos sem pistas sobre a autoria. Cinco aconteceram em um período de menos de oito horas em Mauá. A cidade chegou a ficar praticamente sem policiamento enquanto as viaturas da PM atendiam às ocorrências.

A escalada de assassinatos em Mauá começou no início da madrugada deste domingo. O motorista Fábio Rogério Scarcchetti, 24 anos, chegava em casa, na rua Américo Torneiro, Jardim Kennedy, quando levou três tiros na cabeça. O estudante Emerson Rocha dos Santos, 18, também foi morto com três tiros: no olho, na boca e no pescoço. Ele estava na estrada Dois, uma travessa da estrada do Carneiro, no bairro Sampaio Vidal, e seu corpo só foi encontrado às 6h.

Por volta das 5h, criminosos invadiram o barraco onde dormia o motorista Alexandre Fernando de Jesus, 39, na rua 38, favela do Jardim Oratório, e o mataram com um tiro no abdome. Às 5h10, o ajudante Pedro Soares de Sousa, 34, morreu após ser baleado quatro vezes, na rua 16, também na favela do Jardim Oratório. E às 7h30 policiais militares localizaram o corpo de Marcos Roberto dos Santos, 26, na beira da avenida Papa João XXIII, no bairro Sertãozinho. A vítima, que tinha várias passagens pela polícia, foi estrangulada com um fio.

A grande quantidade de homicídios em um curto espaço de tempo e a burocracia até a remoção dos cadáveres pelo Serviço Funerário Municipal após a liberação do Instituto de Criminalística – quando uma viatura precisa preservar o local e a outra apresentar a ocorrência na delegacia – fizeram com que quase todas as sete viaturas da PM de Mauá ficassem presas na manhã deste domingo. Segundo o delegado plantonista do 1º DP da cidade, Percy de Souza Ramos, há cerca de seis meses a funerária só retira o corpo depois de obter o BO e a requisição para o serviço. “Isso dificulta o trabalho e deixa a cidade despoliciada.”

Um sexto homicídio havia ocorrido em Mauá à 1h20 do sábado. Desconhecidos efetuaram seis disparos do lado de fora da casa do ajudante Natanael Pereira de Souza, 27, no Jardim Itapark Novo. Os tiros perfuraram a porta e um deles atingiu a cabeça de Souza.

Em Santo André aconteceram os crimes mais brutais. Dois adolescentes foram espancados, principalmente na cabeça, com pedaços de pau, no interior de um galpão abandonado na rua Joaquim Lopes da Silva, uma travessa da avenida Industrial, na madrugada deste domingo. Um deles, Saulo Soares de Oliveira, 17, morreu no local, e o outro, R.P.J., 15, foi internado em estado grave no Centro Hospitalar Municipal. Essa área concentra pontos de tráfico e uso de drogas e de prostituição de travestis.

Já o ambulante Sérgio Henrique Pinati, 32, foi executado com vários tiros de pistola 9 mm por volta das 11h30 deste domingo no cruzamento das ruas Aramari e Alabastro, no Jardim do Estádio, em frente a um campo onde acontecia um jogo de futebol. Sérgio, que tinha antecedentes, caiu em uma vala ao ser baleado. Foram colhidas 12 cápsulas deflagradas no local. Nenhuma testemunha quis prestar declarações para a polícia sobre o crime.

O desempregado Márcio Adriano Pereira, 26, foi encontrado morto, às 11h30 deste domingo, em uma canaleta de escoamento de águas pluviais, na estrada do Montanhão, em São Bernardo. Ele estava desaparecido desde sexta-feira e tinha envolvimento com drogas.

O ajudante Geraldo Marcos Cardoso foi esfaqueado na rua Presidente Costa e Silva, em Diadema, às 13h30 de sábado. Levado com vida para o Hospital Público de Diadema, não resistiu aos ferimentos. Horas antes, na madrugada do mesmo dia, o ajudante Raimundo Paulino Sobrinho, 40, fora assassinado a tiros dentro do seu Monza, na travessa Peabiru, Jardim Santa Cruz.




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