O HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo está ampliando sua capacidade de realização de partos de 400 para 600 por mês, o que praticamente zera a demanda da rede pública na cidade. A ampliação aumentou os leitos na UTI pré-natal e na sala de pré-parto, e o hospital criou o Espaço Aconchego, uma área só para o desenvolvimento do método canguru – um método em que a mãe de bebês prematuros fica com ele junto ao corpo, marca registrada do HMU.

Segundo o diretor geral do HMU, Walter Cordoni Filho, o número de leitos do hospital, gerenciado pela Faculdade de Medicina do ABC, passa de 122 para 142. “Não podíamos aumentar a capacidade de partos antes porque tínhamos um teto de repressão no atendimento a bebês de alto risco (que correm risco de vida)”, disse. R$ 100 mil foram gastos nas obras. As novas alas serão inauguradas nesta segunda-feira, às 11h, com a presença do prefeito Willian Dib, que é médico.

A sala de pré-parto, que antecede a entrada no centro cirúrgico, cresceu: até então, tinha três leitos, e agora são sete. A UTI neo-natal ganhou mais dez leitos ao lado dos seis que já existiam. Nela ficam os bebês prematuros de médio risco que ainda necessitam de cuidados. Inaugurado em 1º de maio de 1999, o HMU mantém as especialidades obstetrícia, neonatologia, clínica cirúrgica, clínica geral, além da Casa da Gestante e do Banco de Leite Humano.

Aconchego – O destaque da reforma é, porém, a construção do Espaço Aconchego, uma área de 150 m² e seis leitos, construído especialmente para abrigar o grupo que participa do método canguru, que antes funcionava, de modo adaptado, em um quarto no andar das mães. Segundo a coordenadora do método canguru, Marisa Da Matta Aprile, o espaço segue o conceito de humanização do atendimento hospitalar. As paredes são decoradas com desenhos para tornar mais agradável a permanência de mãe e bebê no hospital. “Os próprios funcionários pintaram os desenhos para tornar o lugar especial.”

Em maio, o hospital, o primeiro a se tornar referência no método canguru na Região Metropolitana, recebeu o prêmio Hospital Amigo da Criança, da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

No método canguru, os bebês que nascem prematuros e que necessitariam ficar em incubadoras, ficam em contato com o calor do corpo da mãe ou do pai. A criança fica em posição vertical, junto ao peito, no mínimo uma hora por dia. Segundo os médicos, em contato direto com a pele, o recém-nascido se mantém aquecido e as cadências do coração e da respiração do adulto fazem com que ele respire melhor. “Isso ajuda muito na recuperação e sobrevida do bebê”, disse. No HMU, cerca de 10% dos bebês nascidos são prematuros e utilizam o método.

Cadastramento – Neste momento, o HMU tentar fazer contato com as mães e bebês que participaram do método canguru em 1999 e 2000, para participar de uma avaliação clínica e pedagógica. A avaliação será feita por uma equipe composta por fonoaudióloga, psicóloga e assistente social e irá levantar as condições socioeconômicas em que a criança está crescendo. Segundo Marisa, o HMU “quer saber o quanto o método fortaleceu e colaborou no desenvolvimento da criança”.

O contato com o hospital pode ser feito pelo telefone 4365-1480, ramal 160, com Silvana. Será verificado como está o desenvolvimento dos recém-nascidos prematuros (coordenação motora, progresso psicológico e neurológico), atendidos, que hoje estão com 2 e 3 anos e meio. As crianças com qualquer doença ou atraso de desenvolvimento serão acompanhadas.