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Setor de serviços espera dobrar o movimento com chegada do Metrô

Estabelecimentos localizados no entorno das estações serão os mais beneficiados pelo modal

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
22/04/2019 | 07:00
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 A Linha 18-Bronze, projeto que deve trazer o Metrô para o Grande ABC, além de ajudar no transporte de moradores da região para São Paulo, também vai colaborar com o aumento na movimentação de estabelecimentos do setor de serviços, como lanchonetes e restaurantes, além das padarias e até hotéis. Para o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), os comércios mais afetados serão os restaurantes, que poderão até dobrar o número de clientes.

De acordo com o presidente da entidade, Roberto Moreira, com o aumento da movimentação de pessoas, os estabelecimentos serão beneficiados. O projeto prevê que o ramal tenha 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até o Centro de São Bernardo, passando por Santo André e São Caetano.

“São locais que vão virar passagem de um grande fluxo de pessoas, e anteriormente, não tinha nada. Então, é óbvio que quem estiver naquele entorno será bastante valorizado. Os que devem mais sentir isso são os restaurantes e lanchonetes, que poderão ver a sua movimentação dobrar, com reflexos no faturamento”, disse.

Moreira também afirmou que o Metrô deve atrair novos estabelecimentos e beneficiar outros tipos de negócios. “Os hotéis vão ter aumento de clientes, dependendo de onde eventualmente estão localizados e também os bares. Isso sem falar nos reflexos positivos à toda a população, já que vai nos ligar com mais facilidade e em menor tempo a São Paulo”, destacou o presidente.

No caso da indústria da panificação da região, os reflexos também serão positivos. Segundo o Sipan-ABC (Sindicato das Indústrias de Panificação do Grande ABC), são 17 mil trabalhadores empregados no setor, que reúne 1.000 estabelecimentos na base, sendo 95% deles padarias. “São duas questões importantes: mais facilidade para pessoas vindo para o Grande ABC significa mais clientes, além disso, o transporte pode ser um incentivo para que outras empresas se instalem aqui”, destacou o presidente da entidade, Antônio Carlos Henriques, o Toninho.

Segundo ele, para as indústrias de panificação – são aproximadamente 12, conforme o sindicato – o modal traria importantes mudanças na mão de obra e na estrutura. “Além de impactar diretamente os trabalhadores, que se deslocariam com mais facilidade, possibilitaria que a região tivesse outros setores das empresas, como escritórios e as sedes. Porque uma condição mais moderna na infraestrutura das cidades propicia este tipo de mudanças”, declarou.

BRT

O BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) é a alternativa estudada pelo governador João Doria (PSDB) como substituta da Linha 18. A resposta definitiva sobre o modal será dada em junho.

Para Toninho, qualquer solução não funcionaria como o Metrô. “Não tem outro modal que seja mais barato e mais rápido. Temos países com 1 milhão de habitantes, que dispõem do Metrô e o Grande ABC tem 2,5 milhões de moradores. Não tem que vir nenhum quebra galho. Nossa região precisa do Metrô”, afirmou.

Para Moreira, apesar da implantação do Metrô levar mais tempo e ser mais trabalhosa do que a do BRT, ele também é um transporte mais eficiente. “É mais rápido, limpo e consegue levar uma quantidade maior de passageiros”, destacou.




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