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Fundação Nobel não tem planos de revogar prêmio de Günter Grass
Da AFP
15/08/2006 | 15:13
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A Fundação Nobel rejeitou nesta terça-feira os apelos para revogar o Prêmio Nobel de Literatura concedido em 1999 ao escritor alemão Günter Grass, depois de sua confissão de ter servido à força de elite nazista Waffen SS durante a Segunda Guerra Mundial.

"As decisões dos prêmios são irreversíveis", disse o presidente da Fundação Nobel, Michael Sohlman. A entidade nunca revogou um prêmio em seus 105 anos de existência.

Wolfgang Boernsen, democrata-cristão do Parlamento alemão e porta-voz da Cultura, disse na segunda-feira ao jornal Bild que Grass deveria devolver seu prêmio Nobel.

Às vésperas da publicação de sua autobiografia, na qual conta sua infância e juventude na cidade portuária báltica de Gdansk (na época a cidade alemã de Danzig), intitulada "Peeling Onions", Grass revela pela primeira vez ter entrado nas SS aos 17 anos, embora tenha insistido em que nunca fez um disparo durante os meses em que permaneceu na força.

"Um membro das Waffen-SS não pode ser cidadão de uma cidade polonesa, e sobretudo de Gdansk, onde a Segunda Guerra começou", protestou na segunda-feira Jacek Kurski, membro do Parlamento de Gdansk, confiante de que os gêmeos Kaczynski, que ocupam os cargos de presidente e primeiro-ministro da Polônia, suspenderão o título de cidadão honorário concedido a Grass.

Esquerdista de longa data e pacifista influente, o escritor de 78 anos, que é mais conhecido no exterior por seu romance "O Tambor", de 1959, até hoje só tinha reconhecido ter sido recrutado na força aérea alemã.




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