Setecidades Titulo Cidade dos buracos
Mauá recebe verba para asfalto, mas mantém avenidas precárias

União liberou, desde 2013, R$ 592 mil para pavimentação; população reclama do cenário caótico

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
12/04/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Buracos, rachaduras, desníveis e remendos. Essa é a situação do asfalto da cidade de Mauá, não só nas avenidas principais e ruas de acesso, mas também em vielas das áreas periféricas. O cenário causa revolta entre os moradores, tendo em vista que, desde 2013, a Prefeitura recebeu montante de R$ 592 mil do governo federal para a execução de melhorias no pavimento das vias públicas. O convênio, cuja vigência teve fim em 30 de março, foi aditado pela quarta vez.

Conforme informações do Portal da Transparência do Ministério do Desenvolvimento Regional, o valor total do contrato é de R$ 689.151,12, sendo R$ 97.151,12 contrapartida municipal – 100% do montante já foi liberado ao município pela Caixa, sendo R$ 296 mil em março de 2016; R$ 177,6 mil em outubro de 2017; e R$ 118,4 mil em março do ano passado. A União ainda aguarda que a gestão Atila Jacomussi (PSB) faça a prestação de contas sobre a obra – o prazo é até 29 de maio.

A equipe do Diário circulou por cinco bairros de Mauá e conversou com moradores. A pergunta que fica entre a comunidade é: onde foi aplicado esse dinheiro, já que a situação asfáltica da cidade beira aos caos?

Na Avenida João Ramalho – divisa com o município andreense –, os buracos são vistos e sentidos logo na entrada da cidade. Além dos remendos, o desnível da via incomoda motoristas. O analista de crédito Marcelo Augusto Marcondes, 40 anos, usa o acesso semanalmente para chegar a Ribeirão Pires. “O asfalto de Mauá inteira é terrível. Vive em situação caótica esta cidade. Se o recapeamento não foi feito, há mais um problema de desvio de verba aí”, atacou o morador do bairro Homero Thon, em Santo André.

A Avenida Capitão João mantém a sensação de ‘pipoca dentro da panela’ para motoristas e passageiros, o que também ocorre na Barão de Mauá, via principal da cidade. A operadora de caixa Glaucia Lima, 26, considera a situação “verdadeiro descaso”. Moradora do Jardim Mauá, ela trabalha em mercado localizado na avenida. “O dinheiro arrecadado pela Prefeitura nunca é usado para o bem da cidade, exemplo disso foi o desvio de verba da merenda escolar (o prefeito Atila Jacomussi foi preso, em maio de 2018, pela Operação Prato Feito, da Polícia Federal, que apura desvio de verbas públicas para fornecimento de merenda).”

No Jardim Miranda, a situação do asfalto assusta. Na Avenida Benedito Franco da Veiga, Rua Cecília Meireles e Dorival Cagnotto os buracos são chamados pela população de ‘crateras’. “Já liguei para Prefeitura vir arrumar o asfalto, até porque, na semana passada, motoqueiro ‘voou longe’ quando passou por aqui (Rua Dorival Cagnotto) na chuva.”

Na Rua Rodolfo Passim, no Zaíra, o buraco aberto na via é tão grande que obriga os carros a passarem pela contramão, o que causa verdadeiro transtorno na rua.

A Prefeitura de Mauá, Ministério do Desenvolvimento Regional e a Caixa não retornaram aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.




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