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Faltam médicos e higiene em UBS em Mauá
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
31/07/2011 | 07:29
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Falta de médicos não é um problema novo nas unidades de Saúde do Grande ABC e do País. A UBS do bairro Zaíra 2, em Mauá, que atende a população de todo o bairro, é a única que tem atendimento de emergência 24 horas naquela região. Portanto, a demanda é naturalmente maior. Hoje, estão cadastradas 19.225 pessoas na unidade.

A equipe do Diário esteve no local sexta-feira e flagrou o transtorno de alguns pacientes que procuravam por atendimento de urgência. Entre eles, pediatria e clínico geral. No segundo andar, onde são atendidas as consultas marcadas, o problema ainda não parece preocupar os usuários. Alguns afirmaram que são bem-atendidos e que não há falta de médicos.

O gargalo está no andar térreo, a porta de entrada para emergências. Pela manhã, apenas um clínico geral estava no plantão. A atendente confirmou que naquele horário deveriam ter dois profissionais à disposição, mas que o segundo está em férias. "Há uns 15 dias procurei um médico e disseram que não teria à tarde e nem à noite. Gostaria de entender por que a unidade abre. O problema se arrasta há anos", disse um usuário, que não se identificou.

A falta de estrutura da unidade assusta. Paredes mofadas, infiltrações, fios expostos e rachaduras estão espalhadas por todo o prédio, que foi construído na década de 1980. Até um cachorro circulou pela emergência sem ser incomodado enquanto a reportagem esteve ali.

A Prefeitura admitiu que o prédio está em precárias condições estruturais e informou que a reforma da unidade está planejada, mas que depende da entrega da Unidade de Pronto Atendimento. A nova UPA está prevista para setembro, na Avenida Washington Luiz, 1.952. Apenas dessa forma seria possível diminuir o fluxo de atendimentos na UBS do Zaíra 2.

Sobre a falta de médicos de plantão, a administração informou que na terça-feira os médicos aprovados em um processo seletivo farão a escolha de vagas disponíveis no pronto atendimento e poderão compor o quadro de profissionais em falta.

 

CRISE INTERNA

Como se não bastassem os problemas de atendimento, o relacionamento entre os agentes comunitários de Saúde e a coordenadora responsável pela unidade também passa por dificuldades.

Agentes que têm a função de promover a Saúde na comunidade onde funciona a UBS relatam que sofrem ameaças e assédio moral constantemente. "Trabalhamos sob pressão. Todos estão descontentes com o tratamento que recebemos. O abuso de poder é cruel e a arrogância é diária", disse um agente, que preferiu não se identificar.

Hoje, o salário desses agentes comunitários de Saúde é de cerca de R$ 786.




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