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Professores da Metodista decidem no sábado se haverá paralisação

Após protesto, docentes garantem que só farão greve se Instituição não negociar; às 21h terá outro

Lorena S.Ávila
Especial para o Diário
02/04/2019 | 09:23
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André Henriques


Atualizada às 17h55

Professores da Universidade Metodista de São Paulo realizaram protesto no campus Rudge Ramos, em São Bernardo, nesta terça-feira (2), com o objetivo de reivindicar o pagamento de salários atrasados e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que não é depositado desde julho de 2015. Décimo terceiro salário, férias, vale-alimentação e vale-transporte também não estão sendo pagos, conforme os profissionais. De acordo com eles, se a situação não for acertada, haverá paralisação. Nova assembleia está marcada para sábado (6), às 9h, quando os docentes devem votar contra ou a favor.

Alunos e funcionários de outros setores da instituição de ensino superior também participaram da manifestação. A partir das 21h o ato se repete com expectativa de maior concentração. Estudantes gritaram palavras de ordem contra a rede Metodista e o reitor da universidade, Paulo Borges, que, segundo eles, não faz uma boa administração do campus e está alheio a situação.

O ato foi marcado por discursos de José Maggio, presidente do Sinpro ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC), e Cristiane Gandolfi, representante dos professores. "Nós sabemos da crise econômica no Brasil e que os trabalhadores estão perdendo seus direitos, situação que não é diferente com os professores da Universidade Metodista. Apesar disso, ainda temos muitos alunos. Então, é preciso priorizar os salários. Queremos que a Instituição arrume maneiras, negocie, para colocar em ordem essa folha de pagamentos", desabafa Cristiane.

Os alunos do curso de jornalismo demonstraram indignação com a situação financeira da instituição e falaram contra o sucateamento do ensino. "É um descaso muito grande e isso afeta muito o ensino na instituição, que antes era referência, principalmente em Comunicação", disse Daniel Vila Nova, vice-presidente do Centro Acadêmico de Jornalismo.

A equipe de reportagem do Diário ainda não obteve o posicionamento oficial da Universidade Metodista de São Paulo sobre os problemas.

SITUAÇÃO

De acordo com José Maggio, presidente do Sinpro AB, reunião no dia 13 de março com sindicatos de outros Estados resultou na decisão de marcar encontro com os bispos e bispas da Cogeime (Instituto Metodista de Serviços Educacionais), mas eles ainda não obtiveram posicionamento da entidade sobre as reivindicações. Desde o ano passado, o Sinpro tenta contatar a mantenedora da Metodista, sem sucesso.

Em comunicado oficial enviado aos técnicos-administrativos e docentes da instituição na sexta-feira, o Instituto Metodista de Ensino informou que os salários atrasados de fevereiro serão pagos até o dia 8 de abril. No entanto, não há perspectivas para os pagamentos dos salários de março. A justificativa é a de que a instituição financeira está aguardando a tramitação de transações bancárias.

Uma das instituições de ensino superior mais tradicionais da região, com três campi em São Bernardo, a Metodista passa por período de incerteza desde 2017, quando pelo menos 40 professores foram demitidos. Na época, os cursos de pós-graduação foram os mais afetados pelas dispensas. Os profissionais já sofriam com atrasos de salário e irregularidade no depósito do FGTS.

A situação de crise não atinge apenas o campus de São Bernardo. Ontem, na unidade de Minas Gerais, estudantes e professores da mesma rede também protestaram contra o sucateamento do ensino e o atraso dos salários.




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