A construção chegou a empregar 160 pessoas no início – em agosto de 2002 – e baixou para 50 no último mês. Agora, apenas a metade permanece – somente 15% dos operários que começaram o trabalho. “Ninguém mais quer trabalhar. Está tudo atrasado, inclusive os salários, que não recebemos desde fevereiro”, disse um trabalhador remanescente. Outro operário disse que os empregados terceirizados estão abandonando o local. “Todo mundo está deixando o serviço pela metade. É parte elétrica, hidráulica, piso. Como ninguém viu a cor do dinheiro desde fevereiro, o pessoal está indo embora.”
Dívidas – Segundo os trabalhadores, um serviço inacabado impede a finalização de outros trabalhos, como reboco, acabamento e pintura. Muitos, então, ficam de braços cruzados no canteiro de obras. “A construtora perdeu o prazo e, nós, que contratamos nossa equipe, estamos de mãos atadas, sem poder trabalhar e cheios de dívidas porque não nos pagam”, disse outro trabalhador.
Os operários sofrem também com a infra-estrutura precária. Água e telefone foram cortados há pelo menos dois meses. Até a energia elétrica foi desligada no mês passado, mas o fornecimento foi retomado dias depois. Os operários recebem semanalmente água de um caminhão-pipa, que é despejada em um poço no terreno e serve para beber e tomar banho. “Muitas vezes ficamos sem água para tomar banho e até para beber. Teve dia que o marmitex não chegou.” Um telefone público é o único elo à disposição dos funcionários e do engenheiro responsável para manter contato com a empresa, na capital.
O diretor da SP Master, Alexandre Vasconcelos, foi procurado pela reportagem do Diário. Foram deixados vários recados com sua secretária. Ele, porém, não retornou para comentar as denúncias dos trabalhadores do CDP de Mauá. A SP Master também ganhou a licitação da construção do CDP de Diadema. A assessoria de imprensa da SAP foi questionada sobre um possível adiamento do prazo de entrega da obra, mas também não respondeu.
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