Setecidades Titulo
Fiscal é morto; Diadema vira caos
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
14/05/2002 | 20:41
Compartilhar notícia


Quatro horas de paralisação dos ônibus circulares da ETCD (Empresa de Transportes Coletivos de Diadema), Viação Alpina e Riacho Grande tornaram caótico o trânsito na região central de Diadema e transformaram num inferno a rotina de usuários que utilizam transporte público na cidade, entre 10h e 13h30 desta terça-feira. O motivo da greve foi o brutal assassinato de um funcionário da ETCD, o fiscal Leonel Rodrigues Lacerda, 43 anos, morto a tiros em frente ao terminal municipal do Eldorado, no bairro Eldorado, às 4h desta terça. “Ele morreu porque se recusou a dar carona para marginais. A violência nos ônibus é absurda e queremos chamar a atenção de autoridades para que melhorem a segurança em geral”, disse o diretor do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Cleuber Ferreira de Moura.

O presidente interino da ETCD, Sérgio Trani, afirmou que a empresa apoiou a manifestação. “O terminal municipal do Eldorado e os outros da cidade terão agora guardas municipais fixos”, disse. Segundo ele, grande parte dos 141 ônibus da empresa estiveram na paralisação, enquanto os outros ficaram na garagem. “Não dá para mensurar a quantidade de usuários prejudicados, mas tomamos o cuidado de não prejudicar as idas e voltas do trabalho”, afirmou.

Procurado por integrantes da manifestação, o coronel Luiz Carlos Barreto de Oliveira, do 24º Batalhão de Diadema, afirmou que a Polícia Militar irá disponibilizar uma unidade móvel para fiscalizar o terminal em horários críticos, além de continuar com o policiamento preventivo. “A partir de amanhã (quarta), a comissão vai participar de reuniões do Conseg (Conselho de Segurança) para avaliar outras opções de melhoria de segurança”, disse.

Terça, os ônibus das empresas estacionaram na avenida Fábio Eduardo Ramos Esquível e lá permaneceram das 10h às 13h30. Porém, muito antes, às 8h30, os veículos já estavam concentrados no terminal municipal para seguir em luto ao terminal de Diadema da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), no Centro. A paralisação atrapalhou também o trânsito dos trólebus da Metra que partem do terminal da EMTU. Fechado por vários ônibus das linhas municipais, o acesso à rua ficou totalmente interditado.

Reclamações – A manifestação teve simpatizantes, mas também irritou muitos usuários que pretendiam pegar condução para ir ao trabalho. “Não acho que o melhor meio de protestar contra a morte de um colega é atrapalhar a vida de pessoas que estão indo trabalhar. Por causa disso, não sei mais se vou conseguir chegar ao escritório”, disse a estagiária Alexandra Passos, 23 anos. A estudante Tatiane Oliveira Barbosa, 18, afirmou ter sido pega de surpresa. “De repente, tudo parou e não sei agora como farei para ir para casa. Nem de carro consigo sair daqui”, afirmou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;