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Profissionais demitidos pela Metodista recorrem à Justiça

Universidade, em S.Bernardo, enfrenta crise desde 2015; trabalhadores cobram FGTS e 13º salário

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
30/01/2019 | 07:00
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Pelo menos 25 professores demitidos pela Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) entre junho e dezembro de 2018 ainda aguardam o pagamento de direitos trabalhistas, como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), 13º salário, férias e proventos do último mês trabalhado.

A crise econômica que assola a instituição de ensino superior teve início em 2015. No entanto, o cenário vem sendo agravado nos últimos dois anos, quando foi observada demissão em massa de trabalhadores da unidade de São Bernardo, sendo pelo menos 54 professores universitários e 15 do colégio, além de 50 funcionários administrativos. Apenas dez docentes conseguiram na Justiça reintegração dos postos de trabalho.

Dois funcionários administrativos dispensados ouvidos pelo Diário – um auxiliar de limpeza e um atendente – relataram dificuldade de diálogo com a direção da universidade. Conforme o auxiliar de limpeza, não há expectativa de recebimento dos direitos trabalhistas tão logo. A saída, conforme professora universitária desligada pela Metodista, é ingressar com ação judicial. “Os profissionais que entraram na Justiça estão recebendo os acordos. Aqueles que fizeram negociação diretamente com a universidade vão ficar esperando”, relatou a docente.

Os profissionais, entretanto, não acreditam que a crise da Metodista seja grave. Isso porque vem sendo mantida a quantidade de alunos da instituição. Segundo os docentes, o 13º salário – que deveria ter sido pago em duas parcelas, divididas em 30 de novembro e 20 de dezembro do ano passado – foi integralmente depositado no início de janeiro. Já o salário dos 18 dias trabalhados em dezembro ainda não foi depositado. As férias estão sendo pagas em partes: receberam um terço do valor em dezembro, no entanto, não há previsão para receber os dois terços restantes.

O Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) destacou que acordo feito entre a instituição de ensino superior e os profissionais prevê o pagamento dos dividendos até o dia 6 de fevereiro. Diretor do sindicato, José Jorge Maggio explica que a Metodista realiza o depósito do FGTS por meio de sorteio. “Tenho contato com o sindicato que cuida das demais unidades da Metodista, como em Piracicaba, Belo Horizonte e Rio Grande do Sul. A cada mês eles depositam o FGTS de um número de profissionais de uma unidade. No outro mês inverte. E assim acontece há quase quatro anos. O mesmo com os salários, que são pagos a cada mês para uma unidade.”

O sindicato orienta os professores demitidos a ingressarem com processo judicial para receber os direitos trabalhistas. Segundo o Sinpro-ABC, dos profissionais desligados em 2017, somente os que estão com acordo vigente na Justiça estão recebendo. Já os profissionais que entraram em consenso com a administração da instituição de ensino superior não recebem as parcelas há pelo menos quatro meses.

Procurada pelo Diário, a Metodista não retornou até o fechamento desta edição. 




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