O vendedor Geraldo Alexandre Goulart, 38 anos, acusa o Naps (Núcleo de Atenção Psicossocial) do bairro Jardim, em Santo André, de ter sido negligente ao permitir que o irmão deficiente mental saísse da clínica sozinho. André Alexandre Goulart, 37, teria fugido do núcleo em uma quinta-feira (dia 22) e localizado pela Polícia Militar três dias depois, em Suzano.

"Desconfiamos que ele tenha pegado um ônibus até Mauá, de lá tenha ido para Ribeirão Pires até conseguir chegar em Suzano. Como se comunica razoavelmente é possível que tenha pedido comida na rua", conta Geraldo. Ele diz que o problema é recorrente. "Há dois anos André saiu da clínica e foi encontrado por um GCM (Guarda Civil Metropolitana) que o levou até o hospital."

Para evitar outros contratempos, Geraldo contratou um ‘cuidador' para que o irmão permaneça em casa. Ele será levado ao núcleo apenas quando precisar ser medicado e para participar das festas e demais eventos sociais. "Faltam funcionários para cuidar da portaria do Naps. A Prefeitura não propõe mecanismos para que ele funcione adequadamente", diz.

Em nota, a Prefeitura de Santo André respondeu que não houve omissão por parte dos funcionários da casa, pois os Naps não são prisões, e sim serviços abertos de cuidado intensivo para pessoas em sofrimento mental.

A administração não classifica a saída do paciente como fuga. Ainda informou que desde que André Goulart passou a ser atendido pelo núcleo, em 2001, não foi registrada nenhuma queixa sobre os cuidados oferecidos.

Além disso, segundo a Prefeitura,o paciente não tem indicação clínica para permanência contínua na unidade, mas por "questões humanitárias" passava o dia todo na unidade e à noite retornava para casa, desde que começou ser atendido.