A violência nos cruzamentos do Grande ABC produz pelo menos 60 vítimas por dia. As delegacias da regiao registraram cerca de 13 mil ataques contra motoristas no período de janeiro a julho deste ano. Esse número pode ser maior, uma vez que nem todas as pessoas procuram a polícia. "Na verdade, apenas os casos mais graves geram boletins de ocorrência. Quando a vítima perde pouca coisa, prefere nem procurar a polícia", disse o delegado seccional de Sao Bernardo, Pedro José Liberal.

Os registros da Polícia Civil apontam a existência de 56 cruzamentos onde há maior incidência de assaltos na regiao. Santo André lidera a estatística com cerca de 6,3 mil casos, média de 29 ocorrências por dia. Na seqüência vem Sao Bernardo, com aproximadamente 3,6 mil, contabilizando 17 ataques diários. Diadema está na terceira posiçao, com seis roubos por dia, aproximadamente 1,4 mil registros até julho.

No mesmo período, Mauá apresentou 950 ocorrências, média de quatro casos diários, e Sao Caetano teve 420, média de dois por dia. Ribeirao Pires e Rio Grande da Serra tiveram, respectivamente, 190 e 15 registros nos últimos sete meses.

Santo André apresenta 30 cruzamentos perigosos. A avenida dos Estados e regiao central do município concentram os pontos perigosos. Um dos corredores preocupantes é a avenida Coronel Alfredo Fláquer com rua Siqueira Campos e rua Coronel Abílio Soares.

O Anel Viário, que corta Diadema, Sao Bernardo e Santo André, concentra boa parte dos cruzamentos mais temidos. Um deles, considerado o mais problemático, fica na esquina das avenidas Lions e Senador Vergueiro. Em maio, a advogada Rosana Jaconetti, 36 anos, foi assassinada na via ao tentar escapar de ladroes.

Quem nao sabe do perigo, descobre rapidamente. Caso do diretor comercial Rinaldo Sanches, 36 anos, morador na Praia Grande. Ele foi baleado em 31 de julho no local, dentro de seu carro. "Nao tinha idéia de que a avenida é violenta", disse ele, que teve o cotovelo esquerdo quebrado pela bala, alojada na coxa esquerda.