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CRM pode vetar o descredenciamento
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
02/08/2004 | 22:44
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O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) pode barrar a adesão dos médicos do Grande ABC ao descredenciamento em massa a cinco planos de saúde que atuam na região: Life Empresarial, Seisa, Sim, Itálica e Saúde ABC. A definição do desligamento coletivo depende da aprovação da diretoria do conselho e ainda não há data marcada para a decisão. Enquanto isso, os médicos da região atendem esses convênios – e outros 12 – somente por reembolso. Ou seja, cobram R$ 42 por consulta.

A direção do Cremesp não quis antecipar de quais análises depende a aceitação do descredenciamento. O presidente do Movimento dos Médicos do ABC, Romildo Gerbelli, explicou que a decisão requer cuidado já que é uma “medida radical”. “O conselho precisa avaliar muito bem porque será o responsável por impedir que outros médicos se credenciem aos planos punidos. Trata-se de uma questão de litígio e o código de ética da profissão não permite que hajam novos credenciamentos.”

Se for aceito pela diretoria do Cremesp, o descredenciamento colocará as empresas de saúde que não dispõem de rede própria de atendimento (como a Itálica) contra a parede: “terão de vender a carteira para outra empresa, investir em rede própria ou, então, acabarão quebrando”.

Gerbelli explicou ainda que a aceitação do descredenciamento coletivo independe do número de médicos que participou da assembléia. Dos mais de 3,5 mil profissionais registrados no Grande ABC, apenas 60 estiveram presentes à votação da última quinta-feira. “Mas a decisão da assembléia é soberana. Só começamos a votação após a segunda chamada e o que fica decidido passa a valer. É como nos condomínios.”

A próxima assembléia da categoria na região está marcada para o dia 12. Na reunião, os médicos devem votar a continuidade do boicote às empresas: Amico, Amesp, Avicena, Cigna Saúde, Green Line, Medicol, Medial, Royal Saúde, Sermed, Universo Saúde e Intermédica. A categoria também deve decidir se Clinicard, Multicard, Caixa de Pensões, Notre Dame e Interclínicas entrarão na lista de boicote.

SUS – Em meio à crise que assola a saúde privada no país, o secretário de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, anunciou que levará ao conhecimento do governador Geraldo Alckmin uma proposta que prevê o ressarcimento de R$ 2 do valor de cada mensalidade recebida pelos planos de saúde ao Fundo Nacional de Saúde. De imediato, a medida representaria um incremento anual de R$ 912 milhões ao SUS (Sistema Único de Saúde).




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