Alunos da EE Professor Ovídio Pires de Campos, no bairro Cidade São Jorge, em Santo André, enfrentam condições precárias de infraestrutura. É o que denunciam pais, alunos e funcionários. Segundo eles, há cerca de um ano os adolescentes têm de passar a hora do intervalo na classe, já que parte do espaço está indisponível. Pelo menos quatro salas de aula, pátio, banheiros e quadra de esportes estão interditados. O Estado promete reformar a escola.

Durante o horário do intervalo, os 965 estudantes, divididos em três períodos - 8º e 9º anos pela manhã, 6º e 7º à tarde e Ensino Médio à noite - ocupam pequena área externa. Quando chove, são obrigados a permanecer nas salas de aula e corredores. "A merenda se resume a lanchinho e suco", comentou uma educadora.

O muro dos fundos cedeu com a chuva no fim do ano e desde então tapume é utilizado para cercar a área. Um buraco, ao lado, permite que qualquer pessoa tenha acesso à quadra, que constantemente é ocupada por vizinhos para jogos de futebol, contam os estudantes.

"Essa escola está para cair", comenta a dona de casa Isabete de Jesus, 39 anos, madrasta de aluna do 9º ano do Fundamental.

Os estudantes destacam que nem mesmo o laboratório de informática pode ser aproveitado por falta de equipamentos. Funcionários revelam que um banheiro destinado aos professores foi improvisado para uso dos meninos e outro que estava desativado passou a ser utilizado pelas meninas. As salas de aula ainda em atividade concentram, além de rachaduras, goteiras em dias de chuva.

Fabiana Ramos da Silva, 30, mãe de aluno de 13, que estuda no 9º ano, chegou a ir até a escola para reclamar das condições. Segundo ela, a direção da unidade de ensino garantiu que até dezembro seria concluída reforma do prédio, o que não ocorreu. "Só não mudei ele de escola porque não encontrei vaga. O que ele mais reclama é do intervalo na sala de aula", observa.

REFORMA
A FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) informou que as obras na EE Ovídio Pires de Campos está em fase final de licitação. A estimativa é que os trabalhos comecem até junho e sejam concluídos em 240 dias. O investimento previsto é de R$ 1,7 milhão.

Será executada reforma geral do prédio, desde salas de aulas, sanitários, execução de muro de divisa com arrimo nos fundos, substituição dos portões de acesso à escola, de telhas e luminárias, reforma da cozinha, refeitório e despensa, além de pintura.