Pacientes aguardam até três meses para se consultar com médicos especialistas nos AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) da região, localizados em Santo André e Mauá.

A equipe do Diário esteve nos dois locais e entrevistou dezenas de pacientes. A maioria que estava sendo atendida nesta semana havia marcado consulta entre janeiro e fevereiro.

O serviço, instituído pelo governo do Estado em 2007, tem objetivo de agilizar os atendimentos em Saúde, concentrando em único dia consultas, exames e retorno. Na prática, nem sempre funciona assim.

Depois de se consultar com cardiologista em março, na unidade de Mauá, a dona de casa Regina de Lorenzi, 65 anos, está com dificuldade de agendar retorno. "Disseram que eu ligasse em maio para ver se foi aberta agenda. Na melhor das hipóteses, devo marcar para junho."

Para conseguir se consultar com o endocrinologista também no AME Mauá, a dona de casa Tereza de Jesus, 72, teve de aguardar três meses. No dia do atendimento, ficou uma hora na sala de espera.

As consultas são agendadas pela Central de Regulação de Vagas, abastecida pela rede básica de Saúde dos municípios.

Inaugurado em dezembro, o AME Mauá oferece dez das 14 especialidades médicas pretendidas: oftalmologia, urologia, ortopedia, cardiologia, gastroenterologia, endocrinologia adulto e infantil, dermatologia, neurologia clínica e alergologia. A unidade realiza 3.300 consultas mensais - a meta é 10 mil.

SANTO ANDRÉ
Em Santo André, o auxiliar de limpeza Nildo Nicolau, 59, aguarda há três meses a realização de cirurgia para retirada de hérnia no Poupatempo da Saúde, como foi batizado o AME da cidade. Ele passará pelo procedimento hoje, às 7h. Já o montador João Bosco, 54, espera há dois meses para realizar a mesma cirurgia.

Das 23 especialidades previstas, a unidade atende 20. Por mês, são realizados 4.200 consultas e 7.400 exames.