A fisioterapeuta e dançarina Daniela de Almeida, 23 anos, uma das sete loiras do grupo Axé Blond, foi sequestrada às 15h de sexta-feira, na casa onde mora com os pais, no bairro Campestre, em Santo André. Ela foi levada por um casal bem vestido, ambos brancos e aparentando 25 anos. Antes de entrar para o Axé Blond, Daniela participou do concurso que escolheu a nova loira do É o Tchan.   Os seqüestradores conseguiram entrar na casa depois de convencer a empregada doméstica Kelly Maria Oliveira, 20 anos, a abrir o portao para que pegassem um copo d'água.   Eles renderam a empregada, que lavava o acesso à garagem, onde se encontravam quatro carros, e entraram na casa - um sobrado branco de linhas arquitetônicas modernas -, anunciando o assalto.   Débora de Almeida, 21 anos, irma de Daniela, conta que o casal queria as chaves do Kadett vinho placa BXS 8252, estacionado na garagem, que pertence à dançarina.   Ao perceber a movimentaçao no térreo, Daniela desceu do seu quarto, ainda de camisola, confirmando que o carro era seu. Os assaltantes mandaram que ela se cobrisse com um cobertor e seguisse junto no Kadett. Alegaram que a libertariam depois de comprovar que nao havia nenhum dispositivo de segurança no carro capaz de desativá-lo.   Como Daniela nao retornou, seus familiares registraram o assalto e o seqüestro no 4º Distrito Policial de Santo André, que acionou a delegacia especializada em seqüestros de Sao Paulo.   Até as 20h de sábdo, os seqüestradores haviam feito dois contatos com a família, sendo que, no primeiro, pediram um resgate de R$ 17 mil. No início da noite, a família sustenva a versao de que Daniela já havia voltado para casa e estava sedada, informaçao nao confirmada pela polícia, que providenciou um retrato falado dos seqüestradores a partir das informaçoes de Kelly e Débora.   Daniela é filha de Marco Aloisio de Almeida, presidente do Lions Clube Campestre, e de Solange de Almeida, que também estava em casa no momento do assalto.   O Kadett usado na açao foi encontrado pela Polícia Militar às 19h50 de anteontem na rua Santa Bárbara, na periferia de Ribeirao Pires. Durante a fuga, o carro foi batido frontalmente e apresentava danos no capô e uma lanterna direita quebrada.   A polícia suspeita que a primeira intençao da dupla era apenas levar o carro. Eles teriam alterado seus planos depois de entrar na casa e se deparar com várias fotos da Daniela em apresentaçoes em programas de televisao.   Acreditando que se tratava de uma pessoa famosa, concluiu a polícia, eles optaram pelo seqüestro. A primeira impressao dos investigadores envolvidos no caso é a de que o casal nao tem nenhuma experiência com esse tipo de crime.   O advogado Odon Marques, padrinho da Daniela e amigo da família, disse ao Diário que os seqüestradores determinaram que nem a polícia ou a imprensa fossem informadas do caso, mas as notícias sobre o seqüestro já haviam chegado à mídia e passaram a ser divulgadas por emissoras de rádio, bem como pela internet nas primeiras horas de sábado.