Setecidades Titulo
São Judas enche igrejas no Grande ABC
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
28/10/2003 | 21:56
Compartilhar notícia


Milhares de devotos cumpriram promessas, rezaram, assistiram às missas, acenderam velas, ou simplesmente agradeceram a São Judas Tadeu, o santo dos desesperados e dos negócios sem solução, um dos mais populares da igreja católica, que teve seu dia celebrado nesta terça-feira. As três igrejas do Grande ABC que levam o seu nome, em Santo André, São Bernardo e Mauá, tiveram movimento intenso durante todo o dia, e, principalmente, no início da noite, apesar do mau tempo.

Como faz mensalmente todo dia 28 ao longo do ano, a manicure Lourdes dos Santos, 50 anos, do Jardim Alvorada, em Santo André, foi nesta terça-feira demonstrar sua devoção a São Judas. “Ele (o santo) conseguiu liberar rapidinho a aposentadoria do meu marido e me livrou de uma dor de cabeça insuportável que tinha e, às vezes, chegava a desmaiar”, contou, depois de acender velas e marcar a missa de agradecimento. Há 15 anos ela repete o gesto na paróquia de São Judas Tadeu, do bairro Campestre, em Santo André.

É na paróquia de 47 anos que nesta terça-feira a dona de casa Sebastiana Franco Palmerini, 56 anos, acendia uma vela de metro por uma “graça” recente. Todos os anos, Sebastiana sai do Jardim Zaíra, em Mauá, e vem agradecer a São Judas na igreja de Santo André. “Temos uma pequena capela em Mauá, mas a paróquia aqui é bem maior”, disse Sebastiana, devota que não se importar de pegar ônibus para chegar ao local.

Traidor – São Judas Tadeu teve seu nome confundido com o outro Judas, o Iscariotis, que traiu Jesus, o que manteve Tadeu, o décimo apóstolo a ser chamado por Cristo, na sombra por séculos. Hoje, ele arregimenta legiões de fiéis. “O crescimento da devoção por São Judas Tadeu se dá pelo número de graças alcançadas, muitas delas inacreditáveis”, afirmou o padre Heitor de Carli, há 33 anos na paróquia do bairro Campestre. Treze missas foram celebradas, envolvendo 300 voluntários, entre os quais, o aposentado Alcides Gamba, 78 anos, que em troca de uma graça alcançada prometeu prestar serviços no veleiro. “Só paro quando morrer”, disse Gamba, enquanto recolhia com uma espátula a parafina das velas, reutilizada depois.

Na paróquia do bairro Planalto, em São Bernardo, bem menor que a de Santo André, o aposentado Laércio João Vendramini, 62 anos, morador da Vila Sônia, é outro fiel que todo mês cumpre a “obrigação prazerosa” aos pés do santo. O tradicional bolo do santo pesava 60 kg e foi vendido a R$ 1 o pedaço na quermesse paralela à celebração oficial. A capela do Jardim Zaíra, em Mauá, também recebeu católico durante todo o dia.

Cerca de 300 mil pessoas compareceram à igreja no bairro do Jabaquara, zona Sul de São Paulo, onde missas foram celebradas de hora em hora desde às 5 horas da manhã.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;