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Rigor reduz multas no Grande ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
18/10/2003 | 20:12
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O Grande ABC colhe os frutos do maciço trabalho voltado à segurança no trânsito. Santo André, veterana na implementação da fiscalização eletrônica e campanhas educativas, em quatro anos reduziu em 59,5% os acidentes com mortes. Agora, a cidade vive uma nova fase: a da redução do número de multas, que caíram em 40%. Foram registradas 301.733 autuações em 2002 contra as 478.923 de 1999, um ano após a municipalização do trânsito. Para este ano, a estimativa é de uma nova redução, de pelo menos 10%. Em 2003, Santo André deve ter 270 mil infrações. Em Diadema, onde os radares farão dois anos em janeiro, as multas também estão caindo.

Desde 1999, o índice de acidentes de trânsito no Brasil é de 6,8 vítimas para cada 10 mil veículos licenciados. O volume é 54% menor do que o registrado antes da criação do CBT (Código Brasileiro de Trânsito). Em 1997, a média era de 14,8. Para o superintendente da EPT (Empresa Pública de Transportes) de Santo André, Epeus Pinto Monteiro, a queda é sinônimo de ganhos em segurança de trânsito, seja por conta da implementação de uma pesada fiscalização eletrônica ou pelo excesso de informações sobre educação no trânsito.

Se a queda está relacionada à conscientização ou ao pânico de arcar com valores altíssimos de multa, e ainda correr o risco de ter a carteira cassada, não se sabe ainda. O fato, porém, é que de 1998 até o ano passado, além da brutal redução nos acidentes com morte, Santo André também reduziu em 30% os acidentes sem vítima fatal, que passaram de 12,8 mil para 9,4 mil.

Os resultados positivos também já são percebidos nas estatísticas de Diadema. A cidade começou a usar radares em janeiro de 2002, e já conseguiu uma queda de quase 5 mil autuações na comparação do primeiro semestre de 2002 com o primeiro semestre deste ano. A exemplo de Santo André, além dos equipamentos eletrônicos, Diadema investe em campanhas educativas de segurança no trânsito e em sinalização. Para 2004, a proposta é levar oficinas técnicas sobre o CBT para as 50 escolas da rede municipal.

O modelo de trabalho já existe em Santo André. "Incluímos aulas de educação no trânsito nas escolas de ensino médio", afirmou Monteiro. Agora, a EPT pretende treinar motoristas profissionais. "Vamos atacar os grupos de motoristas onde há o maior risco de envolvimento em acidentes de trânsito."

Mauá e Ribeirão Pires ainda não têm estatísticas comparativas sobre o resultado do trabalho de segurança no trânsito. Nas cidades, os radares chegaram a menos de um ano. São Caetano e Rio Grande da Serra não têm fiscalização eletrônica. São Bernardo aderiu cedo às mudanças pró-segurança, mas a Prefeitura não forneceu estatísticas sobre volume de multas e acidentes de trânsito.

Velocidade – O excesso de velocidade e o avanço do sinal vermelho continuam sendo os vilões das multas. O cinto de segurança nos bancos dianteiros, cinco anos após a obrigatoriedade, tornou-se hábito. Falar no celular, porém, ainda é freqüente. Segundo o agente de trânsito de Santo André Fábio Henrique, a maioria das multas que aplica são pelo uso do celular. "Geralmente entre motoristas de até 30 anos."




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