Mais robusto complexo de saúde da América Latina, o Hospital das Clínicas de São Paulo completa neste domingo 65 anos com o desafio de proporcionar aos pacientes da rede pública do Estado acesso aos recursos tecnológicos de ponta da medicina moderna.

A unidade hospitalar integra a rede de procedimentos montada pela Secretaria de Saúde e está apta a acolher os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) do Interior, por meio dos agendamentos feitos a partir da cada DRS (Departamento Regional de Saúde).

O superintendente do hospital, José Manoel Camargo Teixeira, detalha as novas apostas em atendimento de excelência e prevenção com ferramentas e equipamentos pioneiros.

Além do mutirão para aprimorar o acolhimento de doentes, familiares e funcionários, dois grandes projetos estão sendo lançados no marco de aniversário da instituição, ambos pioneiros no continente.

O mais esperado deles envolve a oncologia: trata-se da implementação de um avançado centro de prevenção ao câncer. "Estamos implantando um equipamento que produz radiofármacos que serão utilizados para o diagnóstico precoce do câncer. O aparelho permite que substâncias sejam injetadas no paciente e nos forneçam um diagnóstico imediato, facilitando o tratamento. Ele estará pronto para uso no segundo semestre. Será o primeiro da América Latina", afirma Teixeira.

Com investimentos estimados em R$ 17 milhões, a Unidade de Produção de Radiofármacos no Centro de Medicina Nuclear do InRad (Instituto de Radiologia) do Hospital das Clínicas já está sendo construída. O chamado Projeto Ciclotron consumirá R$ 7,7 milhões em obras (R$ 4,2 milhões da Secretaria de Saúde e R$ 3,5 milhões do Instituto de Radiologia) e parceria com o Hospital Sírio-Libanês envolvendo R$ 10 milhões.

O segundo programa pioneiro que marca os 65 anos do hospital é voltado à neurologia e prevê a instalação de um equipamento de ressonância magnética que permite um monitoramento do paciente durante o ato cirúrgico. "Isso dá um ganho significativo de resolutividade para os procedimentos, já que os pacientes terão suas reações acompanhadas em tempo real no momento em que eles são operados. Também será o primeiro equipamento da América Latina em hospitais públicos."

ESTRUTURA - Detentor de um orçamento de R$ 1,3 bilhão, o Hospital das Clínicas mantém um exército de colaboradores. Pelos 342 mil metros quadrados de área construída, circulam 1.400 médicos, 880 médicos residentes e 2.780 enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Eles são responsáveis por, entre outros feitos, realizar 45 mil cirurgias e 65 mil internações por ano.

Apesar dos números superlativos, o Hospital das Clínicas preserva uma filosofia de constante alerta às inovações, segundo o superintendente da unidade. "Por ser um hospital universitário, voltado para a rede pública, que está na ponta do País, é preciso estar sempre atualizado, com os equipamentos mais modernos e as áreas de conhecimento aplicadas à saúde, nos processos, nos procedimentos, na tecnologia de gestão", afirma Teixeira. "Temos de nos equipar com o que há de mais novo relacionado à saúde."