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Disputa na apuração de São Caetano deve ser acirrada
Kelly Zucateli e Miriam Gimenes
23/02/2009 | 07:30
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A briga em São Caetano vai ser boa. Por um lado, a atual campeã Acadêmicos de Vila Gerty - que teve como samba-enredo as belezas do Brasil - arrancou gritos da torcida. Por outro, a Tradição da Ponte usou da criatividade mostrou os encantos e mistérios do número sete. Ambas são as favoritas a levar o troféu de campeã, mas o mistério será decidido somente amanhã, na apuração, às 10h no ginásio Milton Feijão.

A Acadêmicos, quarta escola a entrar na Avenida Guido Aliberti anteontem, inovou ao ser a única a ter mulheres entre os puxadores do samba-enredo. Outro ponto alto foi na comissão de frente, que além de ter coreografia perfeita mostrou os nomes de personalidades brasileiras como Santos Dumont, Betinho, Pelé, Castro Alves e a pequena notável Carmen Miranda. A ideia durante a evolução da escola foi ressaltar a busca da igualdade social e os cartões-postais brasileiros, como os do Rio de Janeiro. O Cristo Redentor apareceu não só nas fantasias como também fechou o desfile no último carro alegórico.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira estava com as cores da bandeira brasileira. Na ala infantil, foi representado o petróleo do País; na ala das baianas, as estampas florais, mostrando a riqueza da flora brasileira, foi um dos destaques.

Já a Tradição trouxe, logo na comissão de frente, bailarinas que andaram na ponta da sapatilha, o que levantou a arquibancada. Por serem de uma academia de balé da cidade, as meninas tinham sincronia perfeita e mostraram a leveza feminina. Atrás, o carro abre-alas mostrava uma imagem de Jesus Cristo.

Muitas crianças e adolescentes fizeram parte da apresentação da Tradição da Ponte, principalmente na ala dos sete anões e das sete vidas dos gatos - onde as garotas estavam vestidas de rosa. Para finalizar o desfile, o carro de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, acompanhou a bateria até o fim.

Antes das duas grandes favoritas, a União da Ilha da Prosperidade também exaltou os mistérios e o misticismo que envolvem a noite. Bolas de cristal, búzios e tarô foram alguns dos elementos mostrados na apresentação da escola.

A plateia da Avenida Guido Aliberti ficou entusiasmada logo no começo do desfile, com a comissão de frente composta por alquimistas e pela ala das ciganas.

Os desfiles começaram às 21h, uma hora depois do previsto, com a apresentação da Imperatriz do Bairro Nova Gerty. A agremiação teve como tema a paz, e simbolizou isso logo na comissão de frente, vestida toda de branco.

Em cada ala a Imperatriz lembrava de um problema do mundo - fome, falta de acesso à Saúde, descaso com o meio ambiente e desigualdade social. No fim, o carro alegórico com a imagem de um palhaço representava a maneira como os pobres são tratados.

A Ébanos, que desfilou pela primeira vez e deveria abrir a Folia em São Caetano, causou o atraso de uma hora nos desfiles com um problema na entrega de 80 fantasias, de três alas diferentes. Com três carros alegóricos e oucos integrantes, a pleiteante entrou na avenida às 22h30.

Destaques - O atraso no início do desfile de São Caetano só serviu para aguçar a criançada da escola de samba Imperatriz do Bairro Nova Gerty. Alguns que faziam parte da ala dos benfeitores da paz ensaiaram durante a hora em que esperavam para a primeira escola entrar. E acertaram. Como a escola teve de substituir a Ébanos, eles se saíram bem na avenida e levantaram a torcida.

- Alguns integrantes estavam desconectados com o samba-enredo da Imperatriz. Dois foram questionados sobre o nome da ala em que estavam e disseram não saber. Brincando, uma terceira pessoa disse: "É a ala do sei lá."

- Além do problema que acometeu a escola de samba Ébanos, antes do desfile que sofreu com o atraso na entrega de fantasias, uma das integrantes passou por apuros. Minutos antes da agremiação entrar na avenida, seu sutiã arrebentou e ela quase teve de fazer topless. Sorte que o jeitinho brasileiro resolveu seu problema na última hora.

- A plateia que estava nas arquibancadas reclamou bastante das condições dos banheiros químicos na Avenida Guido Aliberti. Um deles, exalando um cheiro insuportável, ficava ao lado dos espectadores.




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