Eleito em 2008 o 1º suplente do PSDB na Câmara de Mauá, José Wilson Ferreira Silva, o Melão, e seu grupo político estão de malas prontas rumo ao PSDC. Por trás do troca-troca está a ratificação da estratégia da cúpula democrata-cristã municipal, capitaneada por Cláudio Donizete, que adiantou em janeiro que terá candidato próprio a prefeito em 2012.

Pela manobra, Melão será candidato a vereador. Assim, o PSDC projeta ao menos manter as duas cadeiras que possui na Câmara, já que um de seus parlamentares, Cincinato Freire, é o favorito para encabeçar a chapa majoritária. Na eleição de 2008, embora tenha ficado sem mandato, Melão teve 2.413 votos, mais do que Roberto Rivelino Ferraz, o Professor Betinho (outro vereador do PSDC), que angariou 2.156.

Mas, até o pleito, o futuro democrata-cristão (já pediu em cartório a desfiliação do PSDB) terá de ostentar postura diferente da adotada até então, já que os tucanos se opõem ao governo do prefeito, Oswaldo Dias (PT), e o PSDC integra a base de sustentação ao chefe do Executivo, tendo inclusive o comando da Secretaria de Educação, por meio de Magaret Freire, mulher de Cincinato.

A proximidade com a administração petista garantiria a Melão cargo de assessor na Secretaria de Cultura Esportes e Lazer, assunto que, apesar de ventilado nos bastidores, causa-lhe embaraço. "Não existe conversa sobre isso, nem expectativa de que se concretize porque vou para o PSDC", desconversa.

Para justificar a posição, Melão, que é empresário e realiza trabalhos nas áreas social e esportiva, diz tocar seus projetos "sem contar com a expectativa de apoio do poder público."

PROJETO MELHOR

Melão classificou a ida para o PSDC pelo fato de o partido ter apresentado um "projeto melhor para o futuro". "Não vejo expectativas de o PSDB agregar forças para a eleição. A executiva estadual pode interferir no processo. Isso não acontecerá no PSDC", argumentou.

Entre os 15 integrantes do grupo suprapartidário encabeçado por Melão que tem como destino certo o PSDC está o advogado Arnaldo Jesuíno da Silva (PP). Em janeiro, ele foi exonerado da assessoria jurídica do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) por criticar a administração petista em jornal da cidade. E o episódio ainda não cicatrizou. "Tenho restrições com o pessoal do governo, principalmente com a Secretaria de Comunicação", revela.