Segundo o segurança Luiz Antônio Pereira, de Santo André, radioamador há dez anos, atualmente da classe C e representante da diretoria regional da Liga Brasileira de Radioamadores, algumas empresas entraram em contato com a Liga para cadastrar radioamadores de todo o Brasil com o objetivo de ajudar as empresas a se comunicar com seus clientes ou com matrizes e filiais em caso de pane no sistema de telecomunicaçoes. Ele e sua esposa, Ester, radioamadora da classe A, já se cadastraram. Os interessados em se cadastrar podem contatá-los pelo telefone 449-8348.

"A Mannesmann e a Siemens já nos procuraram e, no Grande ABC, já foram cadastrados oito radioamadores para auxiliá-las se for necessário", afirmou Pereira. Segundo ele, certas empresas multinacionais temem a atuaçao de hackers que possam prejudicar os sistemas de telecomunicaçoes, aproveitando-se desse momento em que poderao haver falhas.

Mas como o radioamador pode ser útil? Por meio de sua estaçao de rádio, ele pode se comunicar com o mundo inteiro. Além disso, no caso de haver problemas com o sinal de rádio, ele terá a opçao de usar o telégrafo. "Os radioamadores da classe A, os PY, têm de conhecer telegrafia, além de radioeletricidade e legislaçao." De acordo com Pereira, os cadastrados passarao o Réveillon ao lado do rádio para ajudar se houver problemas.

O advogado Leonas Keiteris, de Sao Paulo, radioamador há 18 anos, atualmente classe A, está coordenando esse cadastramento em todo o país. "Os radioamadores já sao organizados por natureza porque a comunicaçao entre eles é constante, mesmo internacionalmente. Estamos sempre disponíveis para situaçoes de urgência", afirmou. Keiteris está conclamando os colegas a participar da açao por meio de seu site ( www.radiolink.net/py2mok).

Classes - O radioamadorismo é regulamentado pela norma nº 31/94, aprovada pela portaria 1278 de 28 de dezembro de 1994 do Ministério das Comunicaçoes. Há quatro divisoes de operadores de rádio, chamadas de classes: D, C, B e A. A classe D é destinada a abrigar os iniciantes no rádio. A classe C é dirigida aos já iniciados e com alguma prática de operaçao de uma estaçao de radioamador. A classe B reúne os radioamadores já iniciados e com melhor prática na operaçao de uma estaçao de rádio. Nesta classe, deverá prestar exames de legislaçao das telecomunicaçoes, técnicas e ética profissional, de radioeletricidade e de transmissao e recepçao em código morse (telegrafia). Para passar para a classe A, o radioamador deve ter permanecido um ano na classe B e ser aprovado em exame.