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Babenco encerra filmagens na Vera Cruz
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
30/04/2002 | 19:19
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Está numa das celas do Carandiru: “Existem quatro coisas na vida que não se recuperam: a pedra depois de atirada, a palavra depois de proferida, a ocasião depois de perdida e o tempo depois de passado”. Num corredor: “Todo lucro do crime é pouco quando o preço é a liberdade!!!”. Bem, não é exatamente o presídio, mas uma reprodução que Clóvis Bueno, responsável pela direção de arte do filme Carandiru, montou nos Estúdios Vera Cruz, em São Bernardo.

O cineasta Hector Babenco dirige essa produção orçada em R$ 12 milhões, cifra modesta em termos internacionais, mas alta em relação ao cinema nacional. Segunda, Babenco terminou de gravar na Vera Cruz com a seqüência de uma fuga de presos por um túnel cuja abertura fica na capela do presídio. Ele rodou as cenas internas do massacre de 1992 na semana passada. Nesta quarta, o cineasta encerra as filmagens externas. O filme estréia no primeiro semestre de 2003.

Carandiru exibe números respeitáveis. São 37 personagens principais (dos quais destacam-se 18), 72 atores no elenco secundário, 300 pessoas no elenco de apoio e 8 mil figurantes. Alguns dos atores principais: Vanessa Gerbelli, Rodrigo Santoro, Rita Cadillac, Milton Gonçalves, Maria Luiza Mendonça, Luiz Carlos Vasconcelos, Leona Cavalli, Floriano Peixoto, Dionísio Neto e Caio Blat.

No set, não é Babenco quem grita “Ação!”, mas a primeira assistente de direção, Márcia Faria. Isso, porém, não significa que ele esteja alheio. Acompanha atentamente todos os detalhes. Pede, por exemplo, para retirarem um carrinho de terra de perto dos atores. “Alguém pode se machucar”, diz. Quando o burburinho aumenta, é enérgico: “Isto aqui não é feira!”. De vez em quando dá uma volta pelo set e cantarola uma melodia, como que relaxando a tensão.

O rapper Rappin’ Hood faz um dos presos que escapa. A capela e o túnel foram construídos em locais próximos dentro do estúdio. O roteiro, de Babenco, Fernando Bonassi e Victor Navas, é inspirado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, e entrecruza trajetórias de presos, seus familiares, carcereiros e o médico que os atende.




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