Angela foi socorrida por vizinhos e amigos. Levada para o Centro Hospitalar Municipal de Santo André, morreu antes mesmo de sofrer intervenção médica. “Quando corri para o carro dela, ela ainda estava respirando. Corremos para socorrê-la, mas não deu tempo. O tiro foi certeiro”, disse um dos amigos que prestaram os primeiros socorros a ela, que não quis ser identificado.

O rapaz disse ter visto quando dois assaltantes que se aproximaram do Fiesta da nutricionista. “Até pensei em fazer alguma coisa para evitar o roubo ou algo pior, mas logo em seguida ouvi o barulho do tiro”, disse.

A colega de trabalho da vítima, a também nutricionista E.V.S., 39 anos, disse à polícia que a dupla de assaltantes fugiu a pé depois de dar o único disparo que acertou a vítima. Segundo outras testemunhas, Angela teria tentado escapar acelerando o carro assim que os dois ladrões pararam ao lado do Fiesta.

O tiro, provavelmente feito com um revólver calibre 38, quebrou o vidro do lado do motorista e atingiu a nuca de Angela, que caiu desmaiada sobre o volante.

Angela tinha saído do trabalho, na divisão merenda escolar da DeNadai, sediada à avenida Dom Pedro I, na Vila Pires, em Santo André. Ela ficou até mais tarde – por volta das 19h30 – e aproveitou para dar carona à colega E., que mora no caminho de casa, no Jardim Elba, na divisa da cidade com São Paulo.

De acordo com funcionários da DeNadai, Angela tinha concluído o curso de nutrição na UniABC, em Santo André, no fim do ano passado. A festa de formatura aconteceu em janeiro. Mas ela exercia a função há mais de cinco anos na empresa.

Angela foi sepultada às 15h desta quinta no cemitério das Colinas, em São Bernardo. O velório foi acompanhado por mais de 300 pessoas.

Policiamento – O amigo que socorreu a nutricionista disse que ligou para o 190 (Copom – Comando de Operações da Polícia Militar do ABC), pediu socorro para Angela e para tentar prender os assaltantes. Ele afirmou que os policiais demoraram a chegar ao local do crime. Para ele, os ladrões só conseguiram fugir pela falta de policiamento ostensivo no bairro. “Os policiais da Força Tática, que deveriam estar em patrulhamento ostensivo no meu bairro, estavam sem viatura e patrulhando a pé na rua Coronel Oliveira Lima.”

O major Edson de Jesus Sardano, comandante interino do 10º Batalhão da Polícia Militar de Santo André, disse que nem a fuga dos assassinos e nem a morte da nutricionista podem ser creditadas à mudança de patrulhamento. “As viaturas estão em reparos mecânicos, mas os policiais permanecem em policiamento a pé na vila Assunção, na Santa Terezinha, no Centro e em outros bairros. Não tem nada de crise ou falha da polícia.”