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Ribeirão terá abrigo para morador de rua
Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
11/06/2009 | 08:27
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Celso Luiz/DGABC


Após seguidos episódios envolvendo maus-tratos e remoção de moradores de rua para outras cidades, a Prefeitura de Ribeirão Pires assinou ontem acordo com uma entidade para administrar casa de assistência a essa população.

A Casa de Acolhida, como será chamada, funcionará em imóvel alugado pela administração municipal no bairro Ouro Fino. O local terá capacidade para atender 45 pessoas e deve oferecer, além de refeições e abrigo, cursos de capacitação profissional.

Segundo o secretário de Promoção Social, Eduardo Nogueira, não se trata de retratação em relação aos casos envolvendo mendigos, como o ocorrido em novembro de 2007 quando nove deles foram recolhidos e abandonados em Campinas, no Interior. Em outro episódio, neste ano, um vídeo divulgado na internet mostrou um guarda descarregando extintor de incêndio contra um morador de rua deficiente mental.

No caso da transferência dos mendigos, a ordem foi atribuída à Secretaria de Promoção Social, o que causou o afastamento de Nogueira. Depois ele retornou ao cargo. O secretário afirma que seu nome não foi citado no inquérito policial sobre o caso. "Faço um trabalho de assistência desde quando era presidente da associação comercial. Eu reivindiquei um local mais digno para eles serem atendidos", defende-se.

Com a criação da Casa da Acolhida, será desativada a Casa do Migrante, outro espaço destinado a atender à população de rua no município, que nos cálculos da Prefeitura são cerca de 30. A previsão é que o novo local estará funcionando plenamente até o final da próxima semana.

O trabalho na Casa da Acolhida será desenvolvido pela associação espírita Caminho da Luz. A Prefeitura destinará para o espaço verba anual de R$166 mil, segundo Nogueira. O restante do dinheiro para manter o abrigo virá dos governos estadual e federal.

Enquanto o convênio era assinado, o Diário flagrou alguns moradores de rua que circulavam pela tarde fria e chuvosa de ontem na cidade. Entre eles, Luis Carlos Monteiro, 51 anos, que foi um dos mendigos levados para Campinas. "Eles disseram que iam levar a gente para um albergue e largou a gente lá", relembra. Ele afirma ter voltado para Ribeirão a pé, trajeto que demorou, ao todo, quatro dias. Segundo ele, um colega que o acompanhou na jornada morreu recentemente.




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