Em agosto do ano passado, o Departamento realizou uma blitz para notificar os moradores de residências que nao contavam com fossa regular. De acordo com a carta enviada aos moradores, quem nao providenciasse a fossa séptica e o poço sumidouro (absorvente), em até 30 dias, teria o fornecimento de água cortado.  

Alguns dos moradores que receberam o auto de inspeçao haviam regularizado a situaçao dentro do prazo previsto, mas muitos deles ignoraram a notificaçao e continuaram a despejar o esgoto que vai diretamente para a represa Billings. O GPME denunciou a irregularidade no ano de 1997.  Se as residências possuem uma fossa séptica e, mais abaixo, um poço sumidouro o líquido é filtrado naturalmente pela terra e somente depois é que cai na represa, sem poluí-la.  

De acordo com a presidente do GPME, Heloísa Kahn, o esgoto é proveniente de residências das ruas Maria Helena, dos Pescadores e Pi e da travessa Olavo, sendo que o líquido escorre por uma galeria de captaçao de água pluvial na rua dos Pescadores.  "O Dusm veio com uma máquina para limpar a galeria, mas nós nao deixamos porque irá combater o efeito do problema e nao a causa. Em agosto do ano passado também seria feita a mesma coisa e nós proibimos. Caso contrário, os moradores nao irao providenciar a fossa", disse.  

O diretor de Serviços do Dusm, Claudio Bolsani, disse que limpar a galeria é uma medida paliativa que deverá ser feita assim que os fiscais voltarem até o local para verificar se os moradores providenciaram a fossa. "Independentemente da populaçao deixar ou nao, nós vamos limpar a galeria", afirmou.  

A ortoptista Marília Proença sofre diretamente com o problema. O esgoto chega até o quintal de sua residência na rua dos Pescadores. "Quando chove a situaçao piora porque a garagem e o quintal ficam parcialmente alagados. O cheiro também é terrível, sem contar os ratos que entram dentro de casa. A minha sorte é que o meu poço ainda nao foi contaminado, senao teria de passar a comprar água", reclamou. Marília também foi contra a limpeza da galeria.  A advogada e presidente da Associaçao dos Moradores de Praia Vermelha, Maria Patek, disse que é um dever do Dusm obrigar os moradores que ainda nao regularizaram o esgoto a construir uma fossa, já que o local é área de preservaçao permanente. "A populaçao de Praia Vermelha cresceu desordenadamente e nao respeitou a Lei de Proteçao aos Mananciais. A partir do momento em que construírem a fossa séptica e o poço sumidouro o problema estará resolvido", afirmou. Segundo ela, o nao cumprimento da determinaçao do Dusm prejudica todo o bairro, além de interferir na qualidade da água da represa.  

Bolsani informou que, de acordo com o calendário do Dusm, estao previstas operaçoes em Diadema no fim desta semana, mas pode ser que nao seja possível fazer uma visita ao condomínio para verificar se os moradores providenciaram a fossa.