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Grande ABC prioriza casamento formal
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
26/12/2003 | 20:20
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Quatro cidades da região mantêm índices de união tradicional de casais – com casamento registrado em cartório e celebrado em Igrejas – acima da média verificada no Estado, de acordo com dados divulgados nesta sexta pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires, 424 mil pessoas são casadas dessa forma, ou 62% do total de uniões. Segundo a gerente de análises estruturais do IBGE, Nilza de Oliveira Pereira, o índice vai na contramão da realidade nacional, em que 49% são casados no civil e religioso.

“O que se verifica no Brasil é um crescimento acentuado das uniões consensuais, em que não há qualquer tipo de ligação legal ou religiosa”, disse a gerente do IBGE.

Para Nilza, um dos fatores determinantes dos índices de casamento civil e religioso é a renda do casal. “Nos casamentos há um custo envolvido. Muitos casais primeiro procedem a uma união consensual e depois, se possível, formalizam sua situação”, disse.

O raciocínio da gerente do IBGE é reforçado pelos resultados da região no Atlas da Exclusão Social do Brasil, divulgado em janeiro por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade de Campinas) e PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). No estudo, São Caetano – em que um em cada quatro casais é casado no papel e na igreja – obteve a primeira posição.

“Os índices normalmente são maiores em cidades distantes de centros urbanos, onde há um apego maior a tradições”, disse Nilza. No ranking nacional dos cerca de 5, mil municípios, São Caetano está na 628ªposição. Barra do Rio Azul (RS) está na liderança, com 97% das uniões formalizadas na Igreja.

No Atlas da Exclusão, Santo André e São Bernardo ficaram entre as 100 melhores colocadas do país. Ribeirão Pires, ficou 310ªcolocação no país. Mauá ficou na 1.354ªposição, Diadema 1.698ªe Rio Grande da Serra na 2.096ª.

“No que se refere à religião, isso se verifica sobretudo nos centros urbanos, em que há grande oferta de religiões, e a possibilidade de união com pessoas que seguem outra orientação – inviabilizando o casamento – é muito maior”, disse a técnica do IBGE.

O índice de casamentos no Brasil vem caindo. No Censo de 1980, 64% dos casais haviam adotado esse tipo de união. O número caiu para 58% em 1991, e 49% em 2000.

De acordo com os dados divulgados nesta sexta, é maior também em São Caetano a proporção de famílias chefiadas por mulheres. Enquanto a cidade tem um índice de 29% de famílias desse tipo, no Estado a média é de 25%.

Santo André e São Caetano têm maiores índices em relação às outras cidades da região e à média do Estado, de famílias com até três pessoas, com 57% e 63%, respectivamente. Segundo a gerente do IBGE, o resultado também deriva de renda familiar.




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