O autor, formado em História pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e mestre em Sociologia, reuniu 73 poemas escritos entre 1985 e 2000.
O que mais chama a atenção na obra é o engajamento político de Iasi, que não chega a escorregar para o panfletário. A Medida do Verso, o poema que abre Aula de Vôo, é um bom exemplo: “Quem quiser medir meu verso/não pense em sílabas:/pense em lágrimas//Quem quiser sentir meu verso/não pense em rimas:/pense em sinas... pense em sagas.”
Trata-se de uma postura que não vê barreiras entre povos, o que fica claro em À Pátria que me Pariu: “Não me agradam as Pátrias./Nada me dizem as fronteiras,/talvez por serem bordadas em sangue/no corpo da minha bandeira.”
Nem só de engajamento, porém, vive a poesia de Iasi. Em Cidade, por exemplo, O autor deixa o lirismo aflorar: “Todas as noites/meus olhos deitam-se/saudosos das estrelas/que não vejo.”
Além dos versos militantes – Iasi rende homenagens a Che Guevara, a Geraldo Vandré, ao ativista negro sul-africano Benjamim Moloise – e da lírica sutil, há incursões pelo terreno do concretismo, como Sem-Terra.
O autor, que também dá aulas de Introdução às Ciências Sociais na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), escreveu ainda Processo de Consciência, em que aborda teoria política, sociologia e educação popular.
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