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Simone reencontra público no Tom Brasil
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
20/11/2003 | 20:43
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Afastada dos palcos paulistanos há quase dois anos, Simone reencontra seu público neste sábado e domingo, em dois shows no Tom Brasil – Nações Unidas. A cantora, que já foi jogadora de basquete em São Caetano também se apresentará na cidade, mas só no dia 5 de dezembro, no Victória Hall (tel.: 4229-2223). Para essa apresentação, a venda de ingressos começa na segunda-feira, dia 24.

Apesar de estar completando 30 anos de carreira, Simone diz que esse show não tem como objetivo fazer uma celebração ou retrospecto. “A escolha do repertório foi aleatória. Há canções dos anos 70, 80, 90 e outras mais recentes, mas todas elas já foram gravadas por mim”, diz.

Não há músicas novas. É que seu último álbum, Feminino, foi gravado ao vivo, com releituras. “Esse disco correspondia a um adendo contratual que tinha com a Polygram (Universal), de gravar um CD ao vivo. Na época, não havia falado com nenhum compositor, então registrei apenas canções que gostava.”

Nesse show, Simone reúne tanto a porção MPB de sua carreira quanto a parte mais pop. Da primeira, tem O Que Será (Chico Buarque), Jura Secreta (Sueli Costa/ Abel Silva), Cigarra (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos), Sob Medida (Chico Buarque) e Encontros e Despedidas (Milton Nascimento/Fernando Brant).

Da outra, Codinome Beija-Flor (Cazuza), Me Chama (Lobão), Um Certo Alguém (Lulu Santos) e Vambora (Adriana Calcanhotto). Simone ainda mostrará sua veia sambista ao interpretar Sei Lá Mangueira (Paulo da Viola/Hermínio Bello de Carvalho) e Samba do Grande Amor (Chico Buarque).

“Será um show simples, sem cenário. Nos preocupamos mais com o som e a iluminação”, diz. Simone, como sempre, estará vestida com calça e blusa brancas. “Essa é uma cor que me favorece. Fico harmonizada com ela. Além disso, a seita Fraternidade Branca, acredita que sou um raio branco”, afirma.

No entanto, prefere não se aprofundar no diálogo sobre suas crenças. “Uso o branco quase desde o começo da minha carreira. Só nos três primeiros anos vesti roupas de outras cores, como o preto e o rosa”.

Reencontro – “O show que o público verá em São Caetano será o mesmo de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar”, diz Simone. Mas a apresentação no Grande ABC tem um peso diferente para a artista. “Eu morei e tenho família na cidade”, afirma.

Ela conta que chegou em São Caetano no final dos anos 60, vinda de Salvador, Bahia. Nos primeiros anos, morou com os pais. Depois que eles mudaram-se para o bairro de Moema, em São Paulo, Simone ficou: ela já era jogadora do São Caetano Esporte Clube. “Nessa época, ficava no vai-e-vém entre uma cidade e outra”, diz.

“Tenho boas recordações da cidade, das amigas. Era uma época boa, das jovens tardes de domingo”, diz. Tem de cor o nome das colegas de basquete com quem convivia no clube: “Deuci, Norminha, Rosália, Marlene, a Nilza do Santo André, Laís, Odila, Carmem Silva...”

É boato que nos intervalos dos treinos de basquete Simone reunia as colegas na arquibancada para cantar. “Nós viajávamos e em toda concentração há um violão. Mas quem tocava era a Deuci, então no Flamengo. Depois, por uma bondade do destino, fomos nos encontrar novamente em São Caetano”.

Hoje, Simone continua uma apaixonada pelo basquete, esporte que para sua infelicidade diz não ter mais condições de praticar. No entanto, não sente arrependimento pela escolha, 30 anos atrás: “Eu era uma jogadora medíocre”, afirma, embora tenha ingressado na Seleção Brasileira. “Até hoje acho o basquete uma delícia, mas a música está em primeiro lugar”.

Porém, a cantora ainda sofre com o lado esportista: “Nos seis primeiros meses deste ano fiquei mais quieta por causa do joelho”, diz, justificando a ausência dos palcos. É ainda uma seqüela das lesões antigas. Antes disso, levou o show Feminino ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outras cidades. Faltava São Paulo. Simone prepara-se para gravar um disco de inéditas em 2004, por um selo próprio.

Simone – Show. Sábado, às 22h e domingo, Às 20h. No Tom Brasil – r. Bragança Paulista, 1.281. Tel.: 5644-9800. Ingr.: de R$ 25 a R$ 60.




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